Mark Zuckerberg, CEO do Facebook, nunca esteve tão preocupado. Embora sua rede social tenha ultrapassado a marca de 2,13 bilhões de usuários, o prodígio do Vale do Silício está na pauta do escândalo de vazamentos de dados para fins políticos que envolveu a consultoria Cambridge Analytica e viu o valor de sua empresa cair em R$ 74 bilhões. Como isso pode interferir no futuro da maior rede social do planeta? O mercado já iniciou suas respostas.
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Alguns insights dessa discussão foram levantados por Scott Galloway – professor da Stern School of Business na Universidade de Nova York -, durante o painel “Confissões de um espectador: previsões para o marketing, varejo e inovação” no festival de criatividade Cannes Lions, que a Consumidor Moderno acompanhou de perto.
Para se ter uma ideia da proporção de controle de dados que as empresas mais poderosas do conglomerado digital têm em suas mãos, a capitalização de mercado da Apple, Amazon, Google e Facebook, se juntadas, somam o equivalente ao PIB da Índia. Não é pouca coisa. E nessa teia de empresas, nossas informações pessoais circulam e, por qualquer deslize, podem se tornar públicas para fins que desconhecemos.
Metáfora do corpo
Galloway usa a metáfora do corpo humano para simbolizar o domínio que essas empresas possuem. No papel da cabeça, ou cérebro, está o Google. O professor acredita que a ferramenta é uma espécie de deus moderno que atingiu a perigosa posição de ser incontestável. Um pouco mais abaixo, no coração, está o Facebook. A plataforma azul é o palco onde existe a necessidade de amar e ser amado, e isso ocorre não apenas pela troca de likes, mas também com a exposição de suas ideias e visão de mundo de seus usuários.
Facebook, Google e FakeNews
No Brasil, já se iniciou um movimento para tentar inverter a avalanche de fakenews que se tornou marca na rede social. Na última quinta-feira, 28, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) assinou um memorando com Facebook e Google para combater a propagação de notícias falsas.
As duas empresas se comprometeram a “combater a desinformação gerada por terceiros”, respeitando o cumprimento às normas internacionais de direitos humanos e boas práticas da indústria.
Contudo, o documento de duas páginas não deixa claro quais serão as medidas das duas plataformas para evitar que isso não aconteça. Há apenas a citação de “prevenção de práticas dolosas de desinformação, projetos de fomento à educação digital e iniciativas que promovam o jornalismo de qualidade”.