Diante do cenário ainda incerto, os brasileiros seguem conservadores e têm intenção de gastar menos no Natal, ainda a principal data par o varejo. Estudo da Deloitte mostra que 63% dos brasileiros planejam gastar menos nesta data, em relação ao ano anterior. A queda estimada é de quase 10% e o consumidor pretende comprar até quatro presentes.
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“Apesar de diversos indicadores econômicos e de confiança do empresariado sinalizarem uma perspectiva mais positiva para 2017, o fato é que as pessoas ainda vivenciam, na prática, os efeitos da queda da renda e o receio de perderem seus empregos. Essa insegurança faz o consumidor ficar naturalmente mais contido. Isso tem reflexo na disposição para comprar, o que deve influenciar os resultados das vendas do varejo”, explica Reynaldo Saad, sócio-líder para a indústria de Bens de Consumo e Produtos Industriais da Deloitte Brasil.
Segundo a pesquisa, a situação financeira da família está pior neste ano do que em 2015, segundo 41% dos entrevistados. Outros 60% dos entrevistados afirmam sentirem-se inseguros em relação à estabilidade de emprego. Estas percepções formam os principais motivos para que os brasileiros gastem menos.
“Além do temor em relação à manutenção de seus empregos, a verdade é que o brasileiro está com o bolso um pouco mais vazio neste ano, em razão da queda da renda e dos efeitos da inflação sobre o poder de compra. Esse cenário recente foi determinante para estimular um comportamento mais ponderado neste momento”, diz o executivo da Deloitte.
Considerando esse comportamento, os varejistas precisam pensar em estratégias para atrair o consumidor. A Deloitte recomenda atuar com bons preços e produtos de qualidade. “Se o consumidor planeja comprar algo, ele vai buscar onde suas expectativas tenham maior chance de serem atendidas, seja em meio online ou nas lojas físicas. Cada canal tem seus atrativos. A praticidade de poder comprar e levar na hora um produto, assim como a facilidade para trocas, valoriza as lojas físicas. Já o preço mais baixo, a diversidade de mercadorias e a agilidade para comprar estimulam as vendas pela internet. Vai vender mais quem atender melhor às expectativas do comprador neste momento”, avalia Saad.
Entre as razões para justificar a contenção de gastos em 2016, 52% afirmaram que pretendem reduzir suas dívidas e não gastar mais, enquanto que 36% buscam economizar, em vez de gastar. Além disso, a piora na situação financeira da própria família, com acentuada diminuição da renda, é apontada como razão do freio nas compras por 25% das pessoas.