Mobile First e aplicativos – quando as empresas estavam se acostumando com esses elementos e implantando em seus negócios, uma nova era surge e muda tudo de novo. E de forma rápida. Não que esse conceito e essa ferramenta estejam ultrapassados. Ao contrário, eles já são parte fundamental da maior parte dos negócios. Em meios de pagamento, já são encarados como convencionais, diante das mudanças cada vez mais intensas da tecnologia e do comportamento do próprio consumidor.
O Congresso de Meios de Pagamento da Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços), que acontece nesta semana, em São Paulo, procurou debater essas mudanças e os impactos delas nos negócios como um todo.
“Todo mundo está conectado. E a pergunta que temos é como engajar os consumidores que estão cada vez mais distraídos?”, questiona Daniel Cohen, head de Digital Products LAC da MasteCard. “É tudo sobre experiência, mas não só: é preciso estar onde os consumidores estão”, afirma. Mais: é preciso entregar valor, seja em produtos ou serviços, na velocidade do consumidor. É o que ele chama de “Now Economy”, ou a Economia do Agora – em que as empresas precisam mais do que colocar o consumidor no centro da estratégia…precisam “ser” esse consumidor, se antecipar ao que ele quer e entregar o mais rápido possível.
“No Now Economy é tudo sobre logística”, diz Cohen. Ele explica que a grande transformação que ocorreu no negócio da Amazon nos últimos anos foi justamente na logística – a empresa não usa mais pessoas para identificar os produtos e empacotá-los. “O único jeito de uma indústria se tornar competitiva nessa economia é a logística. A Macy’s, por exemplo, vai falhar, porque não tem como fazer uma logística como essa. Experiência na Now Economy não é o suficiente, porque estamos cansados de aplicativos”, afirma o especialista.
Sem amadorismo
“Ou você adiciona uma conveniência ao cliente, e elimina uma dor dele, ou alguém vai fazer isso. Não existe espaço para amadorismo”, disse Percival Jatobá, vice-presidente de Produtos da Visa do Brasil. Assim como Cohen, Jabotá identificou um novo status quo no ambiente de negócios: um cenário em que não existem mais detentores de conhecimento, em que tudo está conectado e todos estão conectados – até 2020, 50 bilhões de dispositivos estarão direta ou indiretamente conectados. “A internet de tudo e de todos afetará mais da metade dos processos de negócios”, diz.
A Visa, assim como a MasterCard, entenderam esse movimento e abriram suas APIs para os desenvolvedores. APIs é uma interface de programação de aplicativos – uma plataforma onde as empresas disponibilizam padrões de programação para os desenvolvedores ajudá-las a criar novas aplicações e novos produtos e serviços que sejam relevantes para o consumidor.
“O mais importante é o fato de que a inovação não é mais propriedade minha, da Visa. Ela vem de todos os lugares. Outro fator que temos de reconhecer é o empoderamento do cliente. Antes, ele era refém da situação e hoje não é mais assim”, afirma Jabotá. “O que antes era um modelo de negócio, hoje virou um estilo de vida. Saímos de uma Visa mais engessada e de prateleira, para algo que estamos construindo em conjunto. Agora não é ‘Made By’, mas ‘Enable By’. É entender qual é a dor do cliente e qual problema estamos resolvendo”, explica o executivo.
Para sobreviver nesta nova economia regida por APIs, é preciso conhecer seus elementos fundamentais para conseguir engajar o consumidor em meio a tantos estímulos.
1. Experiência conta
Essa é velha conhecida e não deve sair da lista de preocupações das empresas tão cedo. Os motivos já são conhecidos: é preciso mais do que promoções para engajar os consumidores. Aqui, elementos de gamificação precisam estar presentes.
2. Vá até onde o consumidor está
Mesmo quando ele vai estacionar um carro, é preciso conectar-se a ele. “E onde eles estão agora? Em aplicativos de conversa”, diz Cohen. Não à toa, a empresa fez parceria com o Facebook para permitir pagamentos de compras por meio do Messenger da rede social. “Se ele está comprando no Facebook, precisamos estar lá”, diz.
3. Logística é tudo
Na “Now Economy”, a entrega imediata, seja de produtos, serviços ou mesmo valor, é o que faz a diferença. Esteja pronta quando o consumidor demandar.
4. Inteligência Artificial e Internet das Coisas
A Alexa, da Amazon, o Watson, da IBM, e o Google Home, do Google, são exemplos de como a inteligência artificial vai, cada vez mais, fazer parte da rotina das pessoas. Ela, aliada a Internet das Coisas – já chamada de Internet de Tudo – mudará o modo como as pessoas vivem e consomem. Ignorar isso é suicídio.
5. Resolva um problema
É isso o que os consumidores buscam quando o assunto é tecnologia. A era em que as empresas criavam demandas chegou ao fim. E o que conta agora é como as marcas conseguem resolver uma dor do cliente. Quanto mais simples for a solução, mais atenção ela ganhará do consumidor.
6. Conecte-se
Não importa quão radical seja a tecnologia, o que os consumidores esperam dela e das marcas é se relacionar da forma mais genuína possível. Criar conexão emocional é, portanto, a linha mestra de toda estratégia a partir de agora.
6 Estratégias fundamentais para sobreviver na era do “Now Economy”
Esqueça o mobile first ou apps – isso já é default para entregar valor aos consumidores. Entenda os elementos essenciais desses novos tempos
- Camila Mendonça
- 5 min leitura
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