As análises sobre o futuro da economia e dos negócios são turvas. A única certeza é que as atividades econômicas não serão mais tocados da maneira como são hoje. A afirmação é de Laércio Cosentino, presidente da TOTVS. As atividades profissionais serão, cada vez mais, tocadas por profissionais especializados, que exercerão funções até então realizadas por várias mãos e cérebros. Esse profissional será amparado pela tecnologia.
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Essa caminhada para um futuro ainda muito imprevisível terá no caminho as tecnologias de inteligência artificial, realidade aumentada, blockchain, fog computing e internet das coisas. Isso tudo, segundo Cosentino, servirá como plataforma de lançamento das mudanças mais profundas na maneira de se fazer negócios no mundo todo. “Hoje, somos mais digitais que as empresas. O que há de disruptivo hoje é fazer o que já se faz, só que mais rápido e melhor, avaliando a previsibilidade do pensamento humano”, afirma.
O executivo enumera seis passos que as empresas devem seguir para trilhar uma jornada digital eficiente nos próximos anos e não sucumbir diante das mudanças (inexoráveis).
1. Entender a revolução em curso
A proliferação de aparelhos eletrônicos acontece há alguns anos. Algo novo que promete revolucionar as relações de consumo mais até que os aparelhos em si é o chamado rastro digital deixado por eles. Esse rastro permite ao mundo dos negócios entender o comportamento do consumidor e ser o mais preciso possível na estratégia para atrai-lo. Sem que essa “revolução dos dados” seja compreendida para além da “revolução das máquinas”, os negócios ficarão entocados em um lugar do passado.
2. Destruir o modelo de negócio atual
Empresas que se apegam ao passado ficarão por lá. As empresas campeãs na segunda metade do século 20 já deixaram de ocupar o topo do mercado. Elas deram lugar às empresas de tecnologia. As que tiveram a lucidez de abandonar atividades e processos decadentes conseguiram se manter vivas.
Consentino afirma que, cabe às empresas destruírem seus modelos de negócio decadentes, sem dó nem piedade, se quiserem sobreviver durante a jornada digital. “Quando você olha as empresas que não evoluem é porque elas acreditam que aquele modelo que sempre deu certo vai continuar existindo, e exatamente daquela forma”, alerta.
3. Criar outros modelos
Segundo o executivo, só é possível mudar o modelo de negócios prestando atenção às necessidades dos clientes. Apelar às inovações tecnológicas sem levar em conta como elas podem, de fato, melhorar a vida dos consumidores, é ineficaz.
Para Consentino, é preciso questionar, a todo momento, a eficácia daquilo que sempre deu certo. “Será que aquilo que eu faço continua atendendo os anseios dos meus clientes? Tem que se fazer uma pergunta muito importante: qual problema do meu cliente eu estou resolvendo?”
4. Reduzir informação
Como assim… Na era da informação, é aconselhável reduzir a informação?! É por aí. Segundo Consentino, “quanto mais a sociedade está digitalizada, menos tolerante ela fica para armazenagem de informação. O que eu preciso eu armazeno. O que eu não preciso, eu descarto. Se eu precisar depois, eu busco no Google”.
É preciso, portanto, ser eficiente na produção de soluções úteis e na circulação e compartilhamento eficiente delas. Os oceanos de informações que estão sendo produzidos com as novas tecnologias só serão úteis se puderem girar os motores das novas ideias. Caso contrário, só servirão para inundar os convés.
5. Conectar tudo e todos
As informações úteis vão servir para criar processos sem costuras, totalmente integrados, e para otimizar o relacionamento com o cliente. As lojas do futuro serão verdadeiros lugares de entretenimento. Mas esse futuro nunca chegará se o básico não for feito: extinção de filas, atendimentos sem ruídos, compra e venda mais fluída, entre outras questões. “É preciso melhorar processos, quebrar barreiras e facilitar o atendimento. É preciso ter oferta e portfólio. Tenho que pensar com que oferta vou continuar sendo competitivo”, arremata o executivo.
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