Quase metade das lojas lançadas em shopping centers entre 2013 e 2015 estão vazias, mostrou estudo realizado pelo Ibope Inteligência. No período, foram inaugurados 77 shoppings no País, um total de 13,4 mil lojas. Delas, quase 6 mil estão desocupadas, ou 45%. O número equivale a 58 shoppings inteiros.
Entre as lojas dos shoppings inaugurados em 2015, 50% estão vazias, ao passo que entre as lojas dos empreendimentos lançados em 2015, 49% estão vazias. O número cai para 40% entre as unidades dos empreendimentos lançados em 2013.
Já nos shoppings consolidados, aqueles inaugurados até 2012, grupo que soma 421 empreendimentos, 11,6 milhões de metros quadrados e 68 mil operações de varejo, a situação é bem melhor. A taxa atual de vacância desse grupo é 7,6% em área e 9,1% em número de lojas, o que representa 880 mil metros quadrados de espaço vago e 6,2 mil lojas vazias.
?O crescimento acelerado teve seu preço. Muitos projetos foram superdimensionados ou instalados em localizações duvidosas. O caixa cheio de algumas empresas levou a uma expansão desordenada, cujo resultado é o que se vê agora: shoppings centers com elevadas taxas de vacância e projetos prontos que postergam sua inauguração por falta de varejistas?, disse, em nota, Marcia Sola, diretora da unidade de shopping, varejo e imobiliário do Ibope Inteligência.
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Entre as regiões, a vacância nas regiões Norte e Centro-Oeste são as que apresentam os piores resultados: 56% e 53%, respectivamente. As regiões Sul e Sudeste apresentam 42% e 43% de vacância. Nos dois casos, o motivo é o elevado número de inaugurações associado a uma maior presença de shoppings em cidades pequenas e médias, onde as condições de ocupação apresentam os piores resultados.
Da mesma forma, os shoppings pequenos (com menos de 20 mil metros quadrados de área comercial) apresentam taxas de vacância maior do que os demais (12%).
A pesquisa mostra também que entre setembro de 2015 e fevereiro de 2016 foram inauguradas 5.850 operações varejistas nos shoppings consolidados, porém foram fechadas 5.600. Nesse período, as categorias que tiveram saldo negativo foram as relacionadas a casa: eletrodomésticos, móveis, decoração e cama, mesa e banho. Também tiveram saldo negativo as categorias brinquedos e bijuterias.
Por outro lado, as categorias que apresentam saldo positivo são: alimentação, serviços, roupas e calçados. ?Há uma tendência clara dos shoppings de ampliar a área ocupada com alimentação e serviços. O primeiro porque tem um tíquete médio superior a muitas outras categorias e o segundo porque acredita-se que podem contribuir para aumentar o fluxo de pessoas, principalmente no período diurno?, salienta Marcia.
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