Em tempos de bolsos mais apertados, quem está empreendendo deve ficar atento a quanto cobra pelo produto que vende na internet. Diferente de grandes redes, que têm métricas estruturadas e relações estreitas com fornecedores, o pequeno varejista – que forma a grande massa do varejo online – vende muitas vezes um item que ele mesmo faz.
E colocar um porcentual em cima do quanto se gastou para produzi-lo deixou de ser a estratégia de preços mais eficaz. Segundo Tiago Dalvi, CEO da Olist, plataforma de serviços online que conecta pequenos lojistas a grandes varejistas online, para calcular o preço de um produto é preciso avaliar os gastos para produzir o item, o modelo de distribuição, e a percepção de valor do cliente em relação ao item.
?Grande parte dos empresários irá pensar em preços de produtos somente no início de suas atividades ou, ainda, no lançamento de um determinado produto, mas é preciso lembrar que o processo de precificação é dinâmico e, portanto, deve ser constantemente revisado?, afirmou em nota.
O executivo listou os três aspectos mais importantes para acertar no preço:
1. Avalie os custos
É necessário que o empresário coloque no papel os custos fixos, aqueles que existem, independentemente da quantidade de produtos vendida, como salários dos funcionários ou aluguel; e os custos variáveis, aqueles diretamente ligados a quantidade produzida, com suas vendas ou com os serviços prestados. Depois de considerar esses custos, o empresário precisa estabelecer um determinado percentual de retorno sobre seus custos. Se o produto tem custos fixos e variáveis de R$100,00 e for decidido que um percentual de 50% é adequado como markup, então o produto terá o valor final de R$150,00.
2. Fique de olho na concorrência
É importante saber quem são os seus principais concorrentes, os preços praticados e suas estratégias, tais como promoções, novidades oferecidas aos clientes. Uma boa dica é navegar pelo site do concorrente e frequentar como consumidor. Ter atenção à concorrência é importante para que você não pratique preços muito acima do valor de mercado sem uma proposta de valor clara para seu cliente, o que poderia inviabilizar suas vendas, ou mesmo preços muito mais baixos, o que pode causar no consumidor certa desconfiança e também impactar as margens de lucro.
3. Considere o valor percebido
Na hora de precificar, também é preciso ficar de olho no valor percebido pelo cliente, ou seja, aspectos como imagem da empresa, números de players atuantes, exclusividade do serviço, qualidade do produto, entre outros fatores muitas vezes intangíveis. Esses fatores não são facilmente reconhecidos. Aqui, assim como na precificação feita com base na concorrência, caso o empresário não conheça profundamente seus custos, pode ter problemas para cobri-los ou, ainda, dificuldades para vender seu produto ou serviço, pois eles podem estar muito acima do mercado.
4. Revise
É importante lembrar que o exercício de precificação é como uma balança que está em constante interação com clientes e concorrentes. Procure o equilíbrio entre a expectativa e o produto ou serviço real entregue ao cliente.
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