A Patagonia, marca americana de artigos esportivos, é uma das mais emblemáticas quando o assunto é consumo consciente. Além de incentivar os consumidores a comprar menos e usar seus produtos por anos a fio, disponibilizando manutenção de forma gratuita, ela consegue ser fiel aos seus valores e manter um crescimento sustentável. E por aqui, será que marcas e consumidores estão preparados para o consumo consciente?
Diretora da Aurora, consultoria que tropicaliza tendências, Rebeca de Moraes diz que precisamos, antes de tudo, repensar na palavra consciente. Se estamos falando de um consumo pensado, ele deve levar em consideração alguns fatores, como o impacto social ou ambiental que gera.
“O brasileiro ainda não leva isso em consideração. As nossas opções de consumo ainda são egoístas. A gente apela para orgânicos, por exemplo, quando percebe que agrotóxico fazem mal à saúde. Temos essa cultura de agir movidos por questões individuais”, afirmou Rebeca.
Com mais de 20 anos de experiência em marketing, Adriana Queiroz, da Devish Cultural Insights, defende que as marcas ressignifiquem o consumo. “Desse mindset podem surgir, inclusive, novas tendências de consumo, como vêm fazendo empresas como Uber, Airbnb e Porto Seguro”, disse Adriana.
Responsabilidade de consumo
Consultora da Casa Causa, Luciana Caram trouxe à tona mais uma reflexão ao reforçar que o consumidor é responsável desde o momento em que tira um produto da loja ao descarte dele. Ela citou como exemplo uma empresa britânica que trabalha com assinatura de lâmpadas, responsabilizando-se pela locação, pelo recolhimento e pela substituição delas. “O mundo converge para uma economia cada vez mais compartilhada, circular e consciente”, disse Luciana sobre um caminho, a que tudo indica, sem volta.