A rede social X, antigo Twitter, tem caminhado para entrar no mercado financeiro. A novidade foi apresentada ao jornal britânico Financial Times. A CEO da empresa, Linda Yaccarino, confirmou que a plataforma permitirá em breve que usuários façam investimentos e negociações diretamente dentro da rede social. A novidade reforça a ambição de Elon Musk de seguir os passos do WeChat, aplicativo chinês que centraliza mensagens, pagamentos, comércio eletrônico e serviços financeiros em uma única plataforma.
“Você poderá entrar no X e gerenciar toda a sua vida financeira na plataforma. Isso inclui desde eu poder te pagar pela pizza que comemos ontem até fazer um investimento ou uma negociação. Esse é o futuro”, afirma a CEO.
A executiva não detalhou quando os novos recursos estarão disponíveis, mas revelou que os Estados Unidos serão o primeiro mercado a receber as ferramentas financeiras, dada a representatividade do país no tráfego da plataforma. Segundo dados do SimilarWeb, o país concentra 26,5% dos acessos ao X, seguidos por Japão (13,6%), Reino Unido (4,7%), Brasil (3,6%) e Turquia (3,4%). Juntos, esses cinco países representam mais da metade da audiência da rede, que soma mais de 4 bilhões de acessos mensais.
Parcerias e apostas em cripto
Desde que Musk adquiriu a plataforma, em 2022, já havia indícios de que o X caminhava para se tornar um hub financeiro. A obtenção de licenças regulatórias para serviços de criptomoedas e a integração de gráficos de preços e links para corretoras já apontavam nessa direção. Mais recentemente, a rede fechou uma parceria com a Polymarket, um mercado de previsões baseado em blockchain.
Agora, o movimento ganha corpo com o desenvolvimento do X Money, uma carteira digital criada em parceria com a Visa, anunciada no início de 2025. A ferramenta permitirá transações peer-to-peer (P2P), envio de gorjetas para criadores de conteúdo, pagamentos por eventos pay-per-view (PPV) e, no futuro, até mesmo a oferta de cartões de crédito e débito.
A escolha por começar com criptomoedas parece natural. Ao contrário do mercado acionário, o mercado cripto é global e menos sujeito às regulações nacionais, o que facilita a integração em uma plataforma de alcance internacional. A conexão pessoal de Musk com o tema também pesa. O bilionário, inclusive, já declarou apoio à Dogecoin. No início do ano, ele aceitou a criptomoeda como forma de pagamento na Tesla, além de chamar o formato de “criptomoeda do povo”. Além disso, a Tesla encerrou o primeiro semestre de 2025 com um total US$ 951 milhões em bitcoins.
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