A Wise, empresa global de tecnologia financeira presente em mais de 160 países, anunciou nesta terça-feira (2) um novo capítulo em sua trajetória no Brasil. A fintech britânica, que já soma mais de 15 milhões de clientes ativos no mundo e opera com 40 moedas, lançou oficialmente o Rende+. O produto permite aos usuários investirem em moedas estrangeiras, como dólar, euro e libra, diretamente pelo app. O anúncio marca também o posicionamento do Brasil como novo hub de tecnologia e produto da Wise para a América Latina.
“Estamos comemorando uma conquista importante: chegamos a 3 milhões de cartões emitidos no País“, afirma Ricardo Amaral, country manager no Brasil e líder de banking da Wise para a América Latina. O Brasil é um mercado que vem crescendo muito. Fazendo uma conta rápida, tivemos um crescimento de 50% no número de cartões emitidos entre agosto de um ano e julho do outro. É, de fato, um momento de muita celebração.”
De TransferWise a líder em remessas
Fundada em 2010, a empresa chegou ao Brasil em 2016 ainda sob o nome de TransferWise. O cartão internacional foi lançado em 2021 em desde então, a operação brasileira vem crescendo de forma acelerada. Entre as conquistas recentes, estão a obtenção de licenças locais, como instituição de pagamento, e parcerias estratégicas com grandes players do mercado, como Nubank e Itaú.
Em abril do ano passado, a fintech lançou o Wise Platform. A infraestrutura permite que outras instituições financeiras ofereçam os serviços da Wise integrados a seus próprios sistemas. Já em junho deste ano, foi lançada a funcionalidade “vaquinha”, que permite o compartilhamento de despesas em grupo, ideal para viagens em família ou com amigos. Agora, a empresa amplia sua proposta com o Rende+, mirando um comportamento cada vez mais comum entre os usuários brasileiros: o desejo de guardar e rentabilizar seu dinheiro em moedas fortes.
Rende+: investimento em dólar, euro e libra
O Rende+ permite que clientes da Wise apliquem seus saldos em moedas estrangeiras com rendimentos diários e liquidez imediata. Os valores são investidos por meio de fundos de títulos públicos dos governos locais, de acordo com a moeda escolhida. As taxas são transparentes: dólar, com rendimento de 4,07% ao ano; euro, rendendo 1,76% ao ano; e libra, que renderá 3,73% ao ano.
“Essas taxas são apresentadas de forma totalmente transparente, um valor que a Wise sempre prezou. O cliente verá claramente qual é a taxa de rendimento e quais são os custos envolvidos. Um dos grandes diferenciais do Rende+ é a facilidade de uso. O cliente acessa o saldo que já tem em dólares, por exemplo, e aplica diretamente no produto”, comenta.
O produto foi desenvolvido em parceria com a Genial Investimentos, responsável por habilitá-lo perante a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e garantir sua conformidade com as regulações brasileiras. “A partir do momento em que o cliente ativa o Rende+, o valor começa a render na moeda escolhida. E o melhor: não há valor mínimo nem carência. Ou seja, após a ativação, ele pode começar a fazer aportes com qualquer valor, inclusive com 1 dólar ou 1 euro. O rendimento é diário”, pontua.
Já o IOF para o investimento é de 0,38%, valor considerado competitivo. A Wise afirma apresentar uma solução que une o melhor de dois mundos: controle financeiro e acesso a moedas fortes, com rentabilidade. Além disso, a financeira informa que o Rende+ já está disponível no aplicativo da Wise para todos os clientes no Brasil.
Crescimento e plano de expansão
Com uma base sólida no Brasil, a Wise quer ir além. A empresa revelou que o País passará a liderar a operação da América Latina. Apoiando o crescimento em países como México, onde a fintech começou a operar em janeiro deste ano, e outros que devem ser anunciados em breve.
“A ideia é que o Brasil se torne um hub de tecnologia e também um hub de produto”, afirma Ricardo. “Vemos o País como um grande polo de talentos, especialmente em tecnologia e fintechs. Há muitos profissionais qualificados por aqui, e já temos uma operação bastante robusta, construída ao longo dos últimos anos.” Além disso, a operação brasileira conta hoje com 350 funcionários, e o plano é dobrar esse número até o final do ano.
Perfil do usuário brasileiro
Ao observar o comportamento dos clientes, a empresa identificou tendências que ajudaram a guiar o desenvolvimento do novo produto. Cerca de 90% dos saldos mantidos na Wise estão em moedas estrangeiras, sendo que 80% desse montante está concentrado em dólar, euro e libra.
Além disso, 68% dos clientes aproveitam momentos de câmbio favorável para converter reais em moedas estrangeiras, muitas vezes com meses de antecedência da viagem ou transação. A empresa notou ainda uma pergunta frequente dos usuários no Brasil: “Quando eu vou poder ter retorno sobre o dinheiro que guardo na Wise?”.
Muitos clientes colocam dinheiro todos os meses na conta Wise, e querem saber quando e como esse valor vai começar a render. Nisso, surge uma demanda clara por três necessidades: viagens; gastos internacionais; e diversificação de patrimônio. “Ninguém programa uma viagem de um dia para o outro. As pessoas vão se programando, guardando aos poucos. Além disso, muitos clientes querem diversificar seu patrimônio, mantendo uma parte em moeda forte como dólar, euro ou libra, para se proteger das flutuações cambiais e já ter a moeda disponível quando precisarem usá-la”, finaliza.