Wi-Fi livre é bom e todo mundo gosta. Mas muitas vezes a conta pode ser cara para quem fornece o serviço como cortesia. Isso porque muitas vezes precisam responder judicialmente por eventuais atividades ilícitas de clientes na internet.
Isso porque não temos um hábito que atualmente é muito importante, mas ignoramos: ler os termos de uso. E é isso o que faz com que nossos dados sejam acessados por inúmeras empresas sem que tenhamos conhecimento. E é o gargalo que pode enquadrar o fornecedor do Wi-Fi gratuito
As práticas são descritas nos termos de compromisso que costumam anteceder a autorização para permissão de acesso a redes de Wi-Fi. No entanto, escritórios de advocacia passaram a incluir as regras de acesso gratuito a redes sem fio na prática de “criminal compliance”, análise de quais atividades corporativas podem permitir atos ilícitos.
Muito se fala sobre a falta de segurança das redes abertas para o usuário, mas a verdade é que em volume as empresas podem perder muito mais. No contexto de violações e crimes de dados, com prejuízos de valores milionários, as empresas e instituições se preocupam cada vez mais pela proteção de seus sistemas. Estima-se que no Brasil perdem-se R$20 bilhões a cada ano.
O advogado especialista em Direito Digital e Crimes Cibernéticos, Fernando Peres, alerta que no caso de alguém utilizar a conexão para cometer um ato ilícito, como por exemplo, enviar arquivos de pornografia infantil, e a rede estiver aberta para uso sem segurança com senha, o responsável poderá ser penalizado ele não terá a capacidade de indicar o verdadeiro responsável pelos acessos indevidos.
Para uma empresa que possui uma rede sem fio aberta para comodidade dos funcionários e clientes deve lembrar que usuários externos poderão também ter acesso, reitera o especialista. Caso o seu computador ou rede de sua empresa esteja ainda mal configurada ela poderá ser acessada, tendo o usuário de má fé acesso a arquivos e informações particulares.
Além da segurança
A cidade de São Paulo está espalhando hotspots de internet gratuita por toda a cidade. Outros municípios também fazem o mesmo, como São Vicente, no litoral de São Paulo e a capital pernambucana Recife.
Munidos de seus smartphones, qualquer um pode acessar a web, usar serviços de mensagens instantâneas e redes sociais para comunicar-se. Como ficam as operadoras de celular com essa tendência? Será que isso diminui a demanda de ligações e torpedos SMS?
Para a Claro, essa tendência não coloca seus negócios em risco. A empresa considera que o fato de o brasileiro ser um povo essencialmente comunicativo faz com que as empresas precisem, sim, ampliar seu portfólio. Antes, as promoções incluíam apenas bônus de voz, tornando o uso de SMS caro, dificultando a disseminação do serviço. As pessoas preferiam falar a enviar Torpedo, principalmente porque falar era mais barato. Então a Claro passou a incluir o SMS nas promoções com ofertas cada vez mais agressivas, de forma que o serviço se tornasse mais acessível.
Com esse cenário, a Claro acredita que aplicativos ou serviços gratuitos de comunicação não impactarão o SMS no médio prazo. Deverá haver, sim, o convívio dos dois serviços, e o usuário poderá optar por aquele que for mais útil no momento em que estiver enviando uma mensagem.
As outras operadoras não se pronunciaram sobre o assunto.
* Veja mais na edição 188 da revista Consumidor Moderno.
Leia mais:
Reclamações mostram problemas, mas também mudança do consumidor
TIM atrai jovens em seleção mais disputada que vestibular
Mobilidade: o sucesso de fidelização para telecoms?