Certamente você já observou uma mensagem no seu WhatsApp pleiteando o aceite da nova política de privacidade do aplicativo, que entrou em vigor no último dia 15. A novidade é que a aprovação desses termos — que levantaram críticas de usuários, especialistas e até mesmo fundador da Tesla e SpaceX, Elon Musk — não será mais obrigatória, diferentemente do que fora informado pelo WhatsApp no mês passado. Pelo menos por ora, eles voltaram atrás.
O WhatsApp não reduzirá as funcionalidades do aplicativo para usuários que não aceitarem as novas regras. Assim, não haverá mais restrição de acesso à lista de bate-papo, nem serão afetadas as funcionalidades de chamadas por voz e por vídeos desses usuários.
Em sua página de suporte, o aplicativo informou: “nenhuma conta, e ninguém perderá acesso aos recursos do WhatsApp no dia 15 de maio de 2021 por causa dessa atualização (…) os usuários que não aceitaram a atualização terão oportunidades para fazê-lo diretamente no app, como ao registrar-se novamente no WhatsApp ou ao usar pela primeira vez um recurso relacionado a essa atualização”.
A Consumidor Moderno tentou contato com o WhatsApp para tentar entender o que motivou a mudança de atitude, mas não obteve resposta até a publicação desta matéria. No entanto, é provável que a retratação tenha se dado pela pressão de autoridades ao redor do mundo, descontentes com a nova regra imposta pelo aplicativo de compartilhar mais dados com o Facebook — empresa detentora da plataforma. Um dos órgãos que pressionou a empresa foi a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon).
Apesar de o aplicativo tornar ‘facultativo’ o aceite dos termos, não é possível recusá-lo, mas apenas ignorar a mensagem que pede o aceite da nova política. O WhatsApp diz que não planeja “exibir esses lembretes de maneira persistente”, embora a notificação deva figurar nos dispositivos de usuários que ainda não concordaram.
Também não é possível se inspirar no WhatsApp e voltar atrás do aceite dos termos — caso você já tenha o feito. A opção não é oferecida pela plataforma.
Afinal, o que muda com os novos termos?
Os novos termos de privacidade do mensageiro dizem que os dados gerados por trocas de mensagens com empresas podem ser armazenados nos servidores do Facebook para direcionamento de publicidade na rede social e no Instagram.
De acordo com a companhia, o usuário “poderá conversar com mais empresas no WhatsApp para resolver assuntos mais rapidamente do que por meio de uma ligação ou troca de e-mails”, mas “essas conversas são totalmente opcionais”. O aplicativo diz que a atualização vira fornecer mais detalhes sobre a coleta, compartilhamento e utilização dos dados.
O novo texto também indica coleta de informações como uso da bateria, operadora de celular e seu sinal de internet, identificadores do Facebook, Messenger e Instagram que permitem cruzar dados de um mesmo usuário nas três plataformas.
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