A Visa anunciou, nesta quarta-feira (26), uma parceria com a fintech Credz. As duas bandeiras de cartão pretendem juntar o know-how, a tecnologia e o alcance da Visa com a base de clientes da startup. O anúncio foi feito pelos presidentes da Credz, José Renato Borges, e da Visa, Fernando Teles.
A Credz tem uma base de atuação de 2 mil pontos de vendas de 48 varejistas, em especial, varejo médio. “Levamos para o varejo solução que incrementa vendas e fideliza clientes. Pegamos um mercado totalmente desassistido e por isso dobramos a cada dois anos”, conta Borges, que ressalta ainda o potencial do mercado de cartão de crédito no Brasil, que ainda atende apenas 50% da população economicamente ativa e que apresentou crescimento de 14%, mesmo em momento de crise.
A ideia é que 100% dos cartões da Credz passem a receber a bandeira Visa, operando, portanto, com duas bandeiras. Os clientes da Credz passaram a ter acesso a cartão internacional, algo que o modelo vigente não oferece. Além disso, a Visa pretende desenvolver novas tecnologias para o cartão novo. “Vamos trazer cartão sem contato (contactless). Vamos usar com os clientes no transporte público, que é um projeto já em andamento. Temos todo um projeto em biometria e autenticação para reduzir fraudes. A gente tem muita tecnologia e conhecimento para isso”, enumera Teles.
A Visa espera alcançar a boa fatia da classes média e de trabalhadores de menor renda, que ainda são, em boa parte desbancarizados. Essa fatia da sociedade é onde a Credz mantém a maior parte de seus clientes. “O Banco Central diz que até hoje 96% da população usa dinheiro nas transações. Na Suécia, o número é invertido, apenas 5% usam dinheiro. A gente tem que mirar esse desejo de evolução. A síndrome do vira lata, como dizia Nelson Rodrigues, tem que acabar, nós temos penetração, temos enorme número de celulares habilitados, os maiores adquirentes possíveis. A gente precisa dar o passo seguinte na transformação digital”, instiga o executivo da Visa.
Segundo a Credz, a atualização de sua base de clientes deve acontecer em dois meses, ainda que parcialmente. As empresas devem acelerar a mudança em janeiro para não afetar as vendas de Natal e Ano Novo.