A Páscoa é o período de maior demanda por pescados no varejo brasileiro, resultando no principal mês para a venda dessa categoria. As lojas do Extra e do Pão de Açúcar, que pertencem ao GPA, esperam aumentar em 10% o volume de vendas de pescados na comparação com Páscoa do ano passado. Considerando apenas o bacalhau, principal estrela do período, o crescimento estimado é de 15%.
O bacalhau, uma das espécies mais procuradas, tem como destaque o legítimo Porto Imperial (Gadus morhua), tradicional nas mesas brasileiras que podem gastar um pouco mais. Os tipos Saithe e Ling são alguns dos prediletos para faixas de menor renda.
A rede Prezunic, do Rio de Janeiro, havia estimado um aumento de 20% no volume de vendas de pescados durante a Quaresma deste ano na relação com 2018, quando foram vendidas 125 toneladas de peixes. As espécies preferidas pelos cariocas são bacalhau, polaca, tilápia e merluza. Os preços variam de R$ 15,90, pela polaca, a R$ 79,99, o quilo do bacalhau.
A CEAGESP (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo) realiza, desde segunda-feira (15) a décima quarta edição da Santa Feira do Peixe, voltada para o abastecimento do varejo da região da Grande São Paulo e arredores. Segundo a organização do evento, para este ano a expectativa é de vender 150 toneladas de pescados.
Peso do dólar
A Associação Paulista de Supermercados (Apas) apontou um aumento de 21,83% no preço do bacalhau. Apesar do encarecimento desse fruto do mar, as vendas do produto devem crescer 5,13% na Páscoa de 2019 em relação ao mesmo período do ano passado. O aumento do preço está relacionado ao aumento da demanda, mas principalmente por conta da alta do dólar, já que boa parte do consumo local é atendido pela produção estrangeira.
Segundo levantamento da FAO (braço da ONU para alimentação), o consumo de pescados no Brasil cresceu 70% nos últimos 15 anos, mas boa parte do que se vende aqui é importado. A produção nacional não se preparou para receber o aumento da demanda, apesar o extenso litoral brasileiro e suas condições favoráveis à criação de várias espécies. Consumir peixe com regularidade é uma recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), que sugere o consumo de 12 quilos ao ano. O brasileiro come, em média, nove quilos anualmente, ainda abaixo da média.
Fora o bacalhau, espécies congeladas como panga, polaca, merluza e cação também são muito adquiridas, segundo o Grupo Pão de Açúcar. Entre os frescos se destacam salmão, pintado, tilapia e pirarucu.