O movimento de vendas no comércio varejista da capital paulista acumulou uma queda média de 5,2% nos nove primeiros meses do ano em relação o mesmo período de 2014, revela o Balanço de Vendas da Associação Comercial de São Paulo (ACSP).
Só nas compras à vista a redução foi de 5,7%, enquanto as vendas à prazo recuaram 4,7%, reforçando a ideia de um fim de ano menos aquecido. Em nota o presidente da associação e da Facesp (Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo), Alencar Burti disse: ?Esses resultados decorrem, principalmente, do encarecimento do crédito e da queda da confiança do consumidor ? que está cada vez mais inseguro no emprego. Enquanto não for restabelecida a confiança, tanto do consumidor quanto do empresariado, dificilmente conseguiremos reverter este quadro.?
Setembro difícil
O varejo paulistano mostrou fortes retrações de 8,2% nas vendas a prazo e de 10,1% nas vendas à vista em setembro frente ao mesmo mês de 2014. Ainda segundo a ACSP, os resultados também foram impactados pelo fato de que, em 2015, setembro teve um dia útil a menos.
Na comparação com agosto, houve melhora somente nas transações a prazo (+2,6%) em resposta ao aumento do dólar. Já a queda de 11,1% nas vendas à vista está dentro da sazonalidade, tendo em vista a base mais forte de comparação em agosto, que contou com o Dia dos Pais.
Inadimplência estável
A inadimplência se manteve estável no comércio paulistano, mas com propensão a alta. Na comparação entre setembro de 2015 e de 2014, o IRI (Indicador de Registro de Inadimplentes) ? que mede o número de carnês em atraso no varejo ? teve queda de 8,8%. Isso pode ser explicado pelos recuos nas vendas, levando o varejo a conceder menos carnês.
Já o IRC (Indicador de Recuperação de Crédito), que mede o cancelamento de dívidas ? ou seja, quem sai da inadimplência ?, apresentou queda de 7,8% em setembro sobre o mesmo mês de 2014. Com o aumento do desemprego, a elevação da inflação e a queda da massa salarial, os consumidores estão priorizando gastos essenciais e não conseguem quitar ou renegociar seus débitos.
No acumulado do ano, o IRI caiu 8% e o IRC recuou 10,3%, o que sinaliza um leve aumento da inadimplência, que vinha caindo há praticamente três anos.
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