O pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff foi aprovado no último domingo pela imensa maioria dos deputados. E agora será encaminhado para análise do Senado Federal. A decisão que mexeu com o País causou alívio entre entidades ligadas ao varejo.
“É mais uma etapa vencida”, disse, em nota, Alencar Burti, presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp). “Estamos confiantes que, na próxima etapa, seja sacramentado o impeachment. Que os senadores também atendam às expectativas da sociedade. Mas precisamos ter cautela e continuar atentos, acompanhando os acontecimentos”, ponderou.
“Reiteramos que uma mudança de governo não garante que os problemas do Brasil vão se resolver automaticamente. Será necessário muito trabalho e união para que se possa, pelo menos, começar o processo de retomada de crescimento da economia”, disse.
A partir de agora, o foco é olhar para o futuro do País e retomar o crescimento da economia, afirmaram hoje (18) juristas em encontro realizado pela FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo).
O presidente do Conselho Superior de Direito da Federação, Ives Gandra Martins, afirmou, durante o encontro, que a necessidade agora é de reformas: tributária, trabalhista e previdenciária para o crescimento do Brasil.
Martins avalia que, ao ser concretizado o impedimento da presidente, o próximo presidente terá de assumir compromisso com as diversas mudanças necessárias para governar. “Será um período ainda mais difícil se o novo presidente não fizer reformas imediatas, pois teremos um governo que entrará em uma rotina difícil. Para isso, deve começar elegendo ministros competentes e não ‘amigos do rei'”, afirmou Martins.
Para ele, as primeiras alterações a que o possível novo governo deve se atentar é no campo da Justiça do Trabalho, que, segundo Martins, deve ser fundamentalmente de conciliação entre empregados e empregadores, ainda mais em momento de crise econômica e de alto desemprego.
“O Brasil encontra-se diante de um ponto de inflexão, que demanda doses iguais de esperança e cautela. Com o encaminhamento do processo de impeachment para o Senado, dá-se o primeiro passo para que seja retomada a governabilidade”, disse, em nota, José do Egito Frota Lopes Filho, presidente da Abad (Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados).
Segundo Lopes Filho, espera-se que o Governo respeite a decisão da Câmara. Já considerando uma possível derrota de Dilma no Senado, o executivo diz que espera austeridade do governo futuro. “Do governo futuro, esperamos austeridade e lisura na condução do país, com cortes no custeio da máquina pública e real compromisso com mudanças na política econômica, indispensáveis para a retomada do crescimento”, afirmou.
Na última sexta (15), o presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Antonio Oliveira Santos, afirmou que o aceite do pedido de impedimento concretiza o desejo de o País “sair do fosso desastroso da falta de ética, do caos político, financeiro e moral, recuperando a confiança que sempre desfrutou no concerto das nações”.
O presidente da CNC disse ainda é “profundamente lamentável reconhecer que o País necessita, urgentemente, respirar novos ares. E esta participação, com consciência e responsabilidade, será, um dia, reconhecida por ter contribuído para o reencontro do caminho da dignidade brasileira”.