Números divulgados na manhã desta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que as vendas do varejo continuam morro abaixo. De acordo com a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), em julho o setor teve uma queda de 3,5% nas vendas em relação ao mesmo mês do ano passado, levando o acumulado do ano a uma perda de 2,4% e, nos últimos 12 meses, de 1%.
NOVAREJO Ampliado (que inclui materiais de construção e automóveis, setores fortemente dependentes de crédito e da confiança dos consumidores), o desempenho foi ainda pior: queda de 6,8% no mês e de 6,5% no acumulado de 2015. As vendas de automóveis caíram 13,3% em julho e as de materiais de construção, 7,1%. Outro setor que depende de crédito, o de Móveis e Eletrodomésticos, também teve um forte declínio no mês, com queda de 12,8% (-14,5% em móveis e -11,9% em eletros).
Mesmo setores mais dependentes de renda, como o de Hiper, Supermercados, Alimentos, Bebidas e Fumo, sentem o péssimo momento da economia: as vendas do setor caíram 2,1% na comparação anual, levando o acumulado do ano a -1,8%. Não à toa, a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) já diminuiu sua projeção de vendas, de uma alta de 1% para uma queda de 0,3% em termos reais.
Os únicos setores que apresentaram expansão nas vendas em julho foram Artigos Farmacêuticos, Médicos, Ortopédicos e de Perfumaria, com +1,6% (+4,6% no acumulado do ano) e Outros artigos de uso pessoal e doméstico, com expansão de 0,3% no mês e 3,4% no ano. Em ambos os casos, porém, o número de julho representa um desaquecimento em relação ao acumulado de 2015, levando a média do ano para baixo. O segmento de Livros e Papelarias, que teve queda de 5,2% em julho, ainda apresenta uma alta de 7,9% nas vendas no acumulado dos primeiros sete meses do ano. Todos os demais setores estão em queda em relação a 2014.
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