O Japão sempre deteve a tradição e a liderança no setor óptico, mas viu a concorrente China dominar esse espaço, ao oferecer produtos com preço e qualidade inferiores. Para virar o jogo, todo o setor japonês precisou mudar a forma de produzir e vender armações e lentes, e as empresas passaram a investir em materiais de alta qualidade, como beta-titânio e PPSU, além de tecnologia na produção das peças e novas modalidades de venda e entrega do produto.
Entre os players que surgiram nesse período, a empresa que mais inovou no mercado japonês foi a JINS. Fundada em 2001 por Hitoshi Tanaka, a empresa foi criada com o objetivo de trazer produtos de qualidade para todos. Algo considerado impossível num cenário global, onde se mira uma venda de ticket médio alto para ganhos rápidos.
Ir na contramão dessa lógica foi fundamental para o sucesso da JINS, que em 2009 conseguiu concluir seu principal objetivo, oferecer produtos de alta qualidade a preços extremamente acessíveis, começando em torno de US$ 49, quando um par de óculos no Japão custava aproximadamente US$ 300.
Em um mercado dominado por poucos players, em 2013, a empresa vendeu mais de 5,5 milhões de óculos por meio de seu website e em mais de 300 pontos de vendas. Para termos uma ideia da sua importância, na primeira década do século XXI, as vendas totais no varejo de óculos caíram de US$ 7 bilhões² para cerca de US$ 4,6 bilhões² no Japão. Nesse mesmo período, o número de lojas JINS e os negócios da empresa triplicaram.
Trazendo às terras tropicais, temos um cenário até certo ponto promissor, com um faturamento em 2014 de R$ 23,1 bilhões¹, segundo a Associação Brasileira da Indústria Óptica, o setor óptico brasileiro está em constante expansão e pretende atingir até 2019, R$ 43,3 bilhões¹.
Apesar de um mercado nacional em expansão, acreditamos que ainda falta expandir as vendas de produtos de qualidade. Enquanto marcas querem realizar uma venda de valor alto para produtos de qualidade duvidosa, a relação que começa a se estabelecer é a da necessidade de óculos de qualidade por um preço justo.
Inspirada em todo esse cenário é que criamos a Hatsu, marca brasileira que oferece ao consumidor armações desenvolvidas com tecnologia japonesa. A nossa escolha pelo Japão veio do conhecimento da referência mundial em produtos ópticos. A fabricação por lá possui altíssimo custo devido à utilização dos materiais diferenciados e forma de fabricação que combina artesãos a alta tecnologia. Trazer esses produtos por um preço menor que o valor agregado do produto – comparando com outras opções – só é possível devido ao controle total da cadeia, desde a produção até a venda direta em nossos canais, principalmente o website.
Ao dar esse passo em direção à oferta de qualidade em termos de produto, e com um diferencial de preço, acreditamos que abrimos uma nova relação com os clientes brasileiros, tão acostumados a pagar caro por qualidade. O que queremos estabelecer é algo de longo prazo, com nossos produtos fazendo parte de suas vidas e não apenas um contato pontual de venda casual. Sabemos que para fazermos isso é necessário oferecer produtos de qualidade e serviços diferenciados, que realmente mudaram positivamente a vida de nossos clientes.
¹ Esse número refere-se aos produtos de todo o setor, como armações, lentes e lentes de contato;
² Esse número refere-se apenas a venda de óculos, sem incluir qualquer outro produto ou serviço óptico.
* Makoto Ikegame é CEO da Hatsu.com.br
