No início do mês, quando tudo parecia dentro dos padrões, uma discussão iniciada pelo Twitter gerou conflitos diplomáticos entre Canadá e Arábia Saudita. Após a prisão da ativista Samar Badawi no país do oriente médio, Chrystia Freeland (ministra de Relações Exteriores do Canadá) fez o seguinte tuíte:
Endossado em um posterior comunicado feito pelo governo canadense e pelo Justin Trudeau, primeiro-ministro do Canadá.
O tuíte foi visto como uma afronta pelos comandantes da Arábia Saudita, que rapidamente responderam, solicitando que o embaixador canadense deixasse o país saudita no prazo de 24h.
Além disso, novos acordos comercias foram barrados, voos para o Canadá feitos pela estatal saudita deixaram de acontecer a partir de segunda-feira (13/08) e programas de intercâmbio (que devem afetar aproximadamente 15 mil alunos) foram cortados.
Para se ter uma ideia, apenas com a exportação que deixa de ser realizada (a Arábia Saudita compra armas e carros do Canadá), o impacto aproximado é de US$ 1 bilhão.
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Esse conflito demonstra nitidamente um avanço na nossa forma de se relacionar, comunicar e governar, jamais imaginado poucos anos atrás. Em questão de segundos a seguinte escala de formação de conflito foi vista:
– Emissão pública de um parecer sobre algo que envolva outras pessoas;
– Pessoas envolvidas se sentem ofendidas;
– Parte envolvida responde de forma ríspida com base em suas crenças/vivências;
– Impasse no entendimento;
– Formação de um conflito
Parece comum para você? Para mim, sim, basta abrimos nosso Facebook. Estamos em época de debates dos candidatos a presidência do Brasil e tem sido uma rotina acompanhar o evento na televisão e ao mesmo tempo as publicações nas redes sociais.
O debate já transcendeu o espaço físico de onde acontece, ele é real, mesmo sendo virtual, ele acontece na minha sala de estar, às vezes no meu quarto e também na rua, pode estar acontecendo dentro de ônibus ou estações de metro e o melhor, tudo ao mesmo tempo com todo mundo participando.
Não existe mais espaço físico, nem limitações de ambientes ou fronteiras. As formalidades e protocolos cada vez mais deixam de existir.
Nós carregamos o cenário a nossa volta dentro do nosso bolso e basta apertar alguns botões para acessá-lo e começar a transformá-lo.
*Natanael Sena é fundador do Vai de Fusca e está em uma temporada no Canadá