A transformação digital está na pauta de empresas dos mais variados segmentos da economia. Isso, inclusive, começou a afetar a rotina das companhias: novos indicadores de desempenho, a incorporação de novas tecnologias e contratação de pessoas com habilidades digitais. Até mesmo a oferta e o próprio produto da companhia começam a mudar.
Em linhas gerais, esse foi o ponto do Seminário Transformação Digital e Cibersegurança, uma iniciativa do Grupo Padrão.
Na abertura do evento, Jacques Meir, diretor executivo de conhecimento da empresa, ressaltou a necessidade das pessoas participarem não apenas do processo de transformação digital, mas também na segurança corporativa.
“Os processos de transformação reais precisam de pessoas envolvidas. Mas quem está diretamente envolvido? Nesse processo de transformação digital há captura de dados. Nesse sentido, você precisa ter responsabilidade. Daqui para frente, cada vez mais, qualquer vazamento de dados terá que ser respondido a algum órgão público”.
Fator humano na onda digital
O tema do primeiro painel foi A Inovação a favor do varejo – vencendo as barreiras que prendem o negócio a modelos tradicionais.
Mediado por Tania Zahar, professor da ESPM e FIA/Trade, ela reforçou a importância do ser humano no processo de transformação digital. “Isso ocorre porque na TD a colaboração precisa acontecer de fato”, disse.
Joao Marcelo Costa, diretor de tecnologia da informação das Lojas Pernambucanas, explicou que a transformação digital depende de uma mudança cultural. No caso da empresa, isso começou há seis anos.
A empresa produziu um aplicativo para que os clientes que possuíam um cartão da loja pudessem se relacionar com a marca.
“Precisávamos de um case de sucesso que fosse relevante para o cliente e para empresa para, enfim, dar início a nossa transformação digital. Hoje, temos 5,5 milhões de clientes que possuem o cartão da loja (para parcelamento de compras, empréstimos e outros serviços), os ‘cartonistas’. Pensando neles e na empresa fizemos um aplicativo, que o cliente não gostou muito no início, mas que foi importante para a empresa, pois reduziu a quantidade de papel para o envio de boletos impressos”, disse.
Boanerges Ramos Freire, presidente da consultoria Boanerges & Cia, falou sobre a importância da adição e uso de novas tecnologias, mas destacou a necessidade das empresas preparem melhor os seus funcionários para esse processo de transformação digital.
“Mais importante que focar a TD em coisas externas e tecnologias, é preciso pensar na ferramenta humana. Não adiante tecnologia se a cultura corporativa está presa ao passado”.
Virar a chave
Os painelistas apontaram alguns equívocos sobre o momento da transformação digital em curso nas empresas.
Vinicius Almeida, head de CRM e inovação do Hospital 9 de julho, apontou para a inclusão (o mais rápido possível) de uma agenda digital nas empresas.
“É inadmissível a existência de empresas sem uma agenda digital. Precisamos nos adaptar para dar ao cliente um jeito mais fácil de se relacionar com a marca. E quem não fizer vai ficar para trás, pois isso já está acontecendo”, disse.
João Marcelo Costa, por fim, destacou um erro comum na TD. “Achar que a empresa entrou na Transformação digital só porque teve uma boa ideia e implantou a tecnologia. Todo dia precisamos mudar algo na empresa. É preciso aprimorar continuamente”.