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O impacto das tragédias para o consumidor: Taylor Hawkins e o show do Foo Fighters

O impacto das tragédias para o consumidor: Taylor Hawkins e o show do Foo Fighters

Após a morte do baterista do Foo Fighters, show em São Paulo é cancelado; fãs prestam homenagens e buscam reembolso

Tragédias são, é claro, incontroláveis. Mas nem por isso deixam de ser dolorosas: perder alguém é um momento duro e o luto, diferente do que se pensa, pode ir além de conhecidos pessoais. É um sentimento que os fãs de Taylor Hawkins, baterista do Foo Fighters, conheceram muito bem na última sexta-feira (25), após a notícia da morte do artista circular o mundo todo.

O ilustre baterista, integrante da banda desde 1998, foi encontrado sem vida em um hotel de Bogotá, capital da Colômbia, horas antes da apresentação do Foo Fighters na cidade. A perícia do país encontrou pelo menos 10 substâncias tóxicas na urina do artista, que segundo as autoridades, também possuía o coração com o dobro do tamanho comum.

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Na noite de estreia do Lollapalooza Brasil, que contava com a apresentação da banda no domingo (27), os fãs que veriam o Foo Fighters no Autódromo de Interlagos, em São Paulo (SP), se viram em uma das mais difíceis situações: lidar com a perda de um artista mundialmente querido, um sentimento de ruptura da expectativa e a dúvida sobre o que aconteceria no espaço do evento. Na manhã do dia seguinte, a banda anunciou que todos os shows da turnê na América Latina estavam cancelados.

Foo FIghters / Taylor Hawkins
Foto: Reprodução Instagram Foo Fighters

 

Na imagem: “A família Foo Fighters está devastada com a trágica e inesperada perda de nosso amado Taylor Hawkins. O espírito musical e a risada contagiante dele viverão para sempre conosco. Nossos corações vão para sua esposa, filhos e família, e pedimos que sua privacidade seja tratada com o maior respeito nesse período inimaginavelmente difícil”.

Uma homenagem cheia de controvérsias em uma noite encoberta pelo luto por Taylor Hawkins

Na falta dos artistas, que eram a principal atração do último dia do Lollapalooza Brasil, o evento anunciou uma atualização do lineup. No horário em que o Foo Fighters travaria suas tão aguardadas duas horas de show, foi anunciado um tributo ao baterista, às pressas — comandado pelo rapper Emicida, que também convidou ao palco Mano Brown e MC Ice Blue, Criollo, DJ Nyack, DJ KL Jay, Criolo, Bivolt, Drik Barbosa, Rael, Planet Hemp e Ego Kill Talent.

“O Taylor para mim é insubstituível. Isso porque além da relação dele com o Dave Grohl ser linda demais, a escolha dele como baterista, lá no começo da história do Foo Fighters, foi mega complicada. Vou levar para sempre no coração os shows que eu fui e que eu pude presenciar o sorriso do Taylor ao vivo”, conta Carina Kaminski, internacionalista de 28 anos, que estava presente em todos os dias do festival.

Ela está entre alguns dos fãs que sentiram um momento forte de luto e, diante da apresentação que substituiu a banda na noite do último domingo (27), sentiu que o evento poderia ter feito um tributo mais focado no artista.

Leia mais: Lollapalooza: música, solidariedade e democratização

“Quando eu comprei os ingressos em novembro do ano passado, a minha vontade era de ir na sexta e no domingo, só por causa do Foo Fighters, então a minha motivação para ir estava basicamente alinhada com essa apresentação. Confesso que quando soube da notícia na sexta, o festival perdeu totalmente o sentido para mim”, explica ela.

Taylor Hawkins
Taylor Hawkins e Dave Grohl em 1998 / Foto: Getty Images

Com esse mesmo sentimento escreve Diego Oliveira, fotógrafo e analista de web analytics, de 31 anos. “O Foo Fighters que levo para mim hoje é como uma das coisas que me ajudam a seguir a vida. É como se fosse algo essencial, e grande parte disso não é só das músicas, é como a banda faz parecer que os fãs na verdade são amigos de boteco e sintam essa proximidade com eles”, conta o fã. “Parte desse fenômeno era por conta da interação do Dave Grohl e do Taylor Hawkins, que eram os caras da banda quando se tratava de carisma”.

“A substituição de última hora eu achei meio complicada, eu entendo que muitas pessoas curtiram e que no momento era o que o evento pode fazer, porém, eu fiquei com o gosto de que faltou o tributo ao Taylor, foi coisa de minutos e, depois disso, ninguém lembrava mais o porquê aquele show estava acontecendo naquele momento”, complementa ele.

Higor Gomes, Analista de Suporte Global, de 39 anos, conta que sua indignação veio logo após saber da notícia. “Quando ficamos sabendo (eu e minha esposa) do falecimento — na madrugada de sexta para sábado — já ficamos com o pé atrás. Sabia que seria quase impossível arrumarem uma banda na última hora”, argumenta o fã. “Sinceramente, não achei que foi uma boa escolha. Não tenho nada contra os artistas e estilo musical, mas não achei que o tributo foi bom”, completa.

Esse sentimento de luto, misturado à falta da banda, fez com que muitos fãs se voltassem conta o Lollapalooza nas redes e exigissem reembolso do evento.

As dificuldades de momentos delicados: como lidar com as tragédias e com a frustração do consumidor?

Eventos como esse são, infelizmente, específicos. E lidar com a frustração de uma pessoa que, além de consumidora, também é , é algo ainda mais complexo. Mas que pode ser suprido, ao menos em parte, com calor humano — e isso ficou evidente em uma série de homenagens que aconteceram nos últimos dois dias do festival.

A morte de Taylor Hawkins causou uma série de reações em inúmeros artistas que se apresentaram no Lollapalooza Brasil no sábado (26) e no domingo (27). Entre eles, alguns dos mais emocionantes foram as homenagens de Emicida, Alessa Cara, a banda Idles e a cantora Miley Cyrus, que fez uma emocionante fala sobre o baterista, a quem havia ligado poucos dias atrás.

Para Diego Oliveira, por exemplo, o momento da cantora foi tão emocionante que se sobrepôs ao que o próprio evento programou para a homenagem ao baterista. “A homenagem da Miley Cyrus no dia anterior foi muito mais impactante (talvez por eles serem amigos, deu para sentir o sentimento ali). Entendo o lado da organização, mas espero que também entendam o nosso, enquanto fãs, quando falamos que sentimos falta de uma “real” homenagem. No domingo, tocaram só duas músicas do Foo Fighters”, argumenta o fã.

No dia 27 de março, além do show dos rappers e das bandas Planet Hemp e Ego Kill Talent, o Lollapalooza Brasil apresentou uma breve homenagem ao baterista, com a transmissão de um dos últimos shows da banda no festival, especificamente um momento no qual Taylor Hawkins assumiu a função de vocalista e deixava a bateria para Dave Grohl.

E como fica o direito do consumidor em momentos de tragédia?

Taylor Hawkins
Foto: Mariana Pekin / UOL

A reação de parte dos fãs criou nas redes sociais um imenso debate sobre empatia, luto, gêneros musicais e direitos do consumidor. Na publicação do perfil oficial do Lollapalooza, eram muitos os pedidos de reembolso e as dúvidas sobre o que poderia ser feito em casos tão atípicos.

Nesse período entre a morte do baterista e o fechamento desta reportagem, o Procon SP mostrou, com exclusividade à Consumidor Moderno, que houve três reclamações no site oficial do órgão alusivas a pedido de devolução de valores em razão do cancelamento/substituição do show do Foo Fighters. E os pedidos, vale dizer, são legalmente permitidos.

“Os consumidores podem pleitear, junto a administradora do evento, o reembolso dos valores pagos, porque não assistiram ao show que foi prometido. Mesmo que tenha havido uma substituição por outro show ali no momento, até uma medida para a empresa evitar uma frustração maior ainda das expectativas dos consumidores”, explica Guilherme Farid, chefe de Gabinete do Procon de São Paulo.

Leia mais: Você sabe dizer quando um estabelecimento está infringindo os seus direitos enquanto consumidor?

“A gente entende que não teve culpa de nenhuma das partes, foi uma tragédia, mas a parte vulnerável e reconhecidamente vulnerável por lei é o consumidor. Ou seja, toda a atividade comercial, principalmente essa do cancelamento, está englobado no risco da atividade empresarial, da qual o consumidor não pode suportar”, completa ele.

Assim, ele indica que os consumidores que se sentiram lesados peçam o reembolso à administradora do evento. “Os consumidores que compraram ingresso específico para assistir o Foo Fighters, que não conseguiram assistir porque a banda cancelou, devem pleitear junto ao Procon, através do nosso portal do consumidor, o reembolso dos valores pagos referentes ao tempo de show da banda, pelo menos. Uma parte do valor total do ingresso”, finaliza Farid.

Resta entender que o consumidor é compreensivo, mas também quer ser compreendido

foo fighters
Foto: Reprodução Foo Fighters

O sentimento final para a maior parte dos fãs foi difuso. Sem saber qual será o futuro Foo Fighters após a tragédia, muitos apareceram no domingo com camisetas da banda e se emocionaram durante a apresentação. E os comentários, no dia, eram cobertos de uma tristeza conjunta.

“Cada momento da minha vida tem uma letra do Foo Fighters e foi me dando conta disso que eu tracei a meta de ir em um show por ano, cinco anos atrás. Eu sempre brincava com os meus amigos dizendo que essa seria a minha ida à “Meca”. Eu cheguei a tatuar o álbum One by One (que é o meu preferido) no meu braço durante um festival que eles tocaram em Paris. É difícil demais escrever isso sem me emocionar. A banda em si se tornou uma parte importante da minha vida, como quando a gente conhece alguém e de repente se torna um dos seus melhores amigos”, comenta Carina.

“O que nos resta é continuar enaltecendo o quão grande era o Taylor, e o quão grande é o Foo Fighters e o Dave Grohl, que após anos, perde outro irmão. Também fica o medo, pois, para mim, é difícil dizer se a banda continua. E como diz a própria música Times Like These ‘são momentos como esse em que você aprende a viver de novo’”, finaliza Diego Oliveira.


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