Imagine pagar por um aplicativo de paquera, e descobrir que você na verdade estava conversando com uma inteligência artificial sem saber? Foi o que ocorreu na China, onde a polícia prendeu mais de 600 pessoas em uma mega operação contra 21 empresas fradulentas. De acordo com o jornal Modern Express, a polícia fez uma megaoperação em 13 províncias na última segunda-feira.
A polícia da província de Guangdong do Sul começou a investigar o caso em agosto de 2017, após suspeitar de um aplicativo que cobrava dos visitantes para vídeos pornográficos, mas não entregava o conteúdo.
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Os investigadores acabaram descobrindo que alguns aplicativos se utilizavam de perfis falsos de belas garotas. As mensagens eram escritas por programas de inteligência artificial, que tinham foco em usuários novos e inexperientes.
“Além disso, as mensagens pediam presentes, fazendo com que os usuários gastassem dinheiro indevidamente, ou seja, geravam um lucro ilegal”, diz o relatório da polícia. Estima-se que milhares de pessoas tenham sido enganadas. Elas teriam gasto cerca de um bilhão de yuans inadvertidamente (cerca de R$ 495 milhões de reais).
O caso foi muito discutido no Sina Weibo, o ‘twitter’ chinês, e causou repercussão mundial. Alguns usuários especularam se a China estaria conseguindo grandes avanços na área de inteligência artificial.
Na ficção, o livro Neuromancer, lançado em 1984 pelo escritor americano William Gibson, já falava da criação da “polícia Turing”, especializada no combate a inteligências artificiais. O nome é uma homenagem a Alan Turing, um dos pais da computação. Mais uma vez, a realidade parece se aproximar da ficção.