Não faz muito tempo, drones eram tidos como brinquedos caros, sem uma função determinada, usados por pessoas da área de aeromodelismo. Hoje, pipocam notícias sobre diversos usos desses pequenos aparelhos. Quando trabalhava como analista de SEO na rede Magazine Luiza, Northon Amaury Napoleão, começou a perceber que as curvas de buscas no Google relacionadas a drones começaram a aumentar substancialmente. Tanto que em determinado momento as pessoas buscavam mais por drones na internet do que por câmeras de fotografia digital. “Eles saíram da área restritiva e específica para a vida real. E agora todo mundo quer ter um”, afirmou ele durante apresentação no Conarec 2016 – Congresso Nacional das Relações Empresa-Cliente.
E por que um dia você vai querer ter um drone? “As pessoas gostam de tirar fotos com o celular. Daqui a pouco vão querer tirar fotos com drones”, explica Napoleão que, ao perceber a crescente busca pelos equipamentos, criou o Dr. Drone, um site de conteúdo sobre os brinquedos e suas utilizações e a Escola de Drones, para ensinar amadores a comandar um equipamento. “Todo mundo quer porque é legal, é um brinquedo divertido de se trabalhar e também traz oportunidades de negócios”, afirma.
E as oportunidades para negócios são diversas. Hoje, os drones já são muito utilizados na área de mídia e entretenimento. A CBN, por exemplo, criou um programa apenas com reportagens que utilizaram drones para as investigações. “Mas há outros setores com aplicações mais vantajosas”, diz. Uma delas é o setor de agricultura. Segundo Napoleão, nos próximos cinco anos, o mercado de agricultura representará 70% do mercado de drones. Com eles, é possível fazer análise de terrenos e monitoramento de áreas críticas.
Seguradoras já têm se valido dos equipamentos para ter maior assertividade na avaliação de alguns sinistros. Uma companhia do setor que atua na Europa conseguiu economizar 100 milhões de Euros ao identificar o real foco de incêndio em uma grande propriedade. Nos Estados Unidos, os drones são utilizados para investigar crimes e para a vigilância pública.
Além disso, grandes empresas se preparam para utilizar os equipamentos em serviços de entrega, como é o caso da Amazon – estratégia que vai demorar para chegar ao Brasil, segundo Napoleão. Isso porque ainda há implicações burocráticas para a utilização de drones no País. Por aqui, é preciso ter três autorizações para operar os equipamentos em espaços abertos: da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e do Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo), sendo que a autorização do departamento é individual, para cada voo.
O problema é que a Anac ainda não regulamentou o voo de drones no País. Havia uma promessa de que essa regulamentação sairia no primeiro semestre. “Parece que está tudo pronto, só esperando a parte jurídica e esperamos que saia ainda neste ano”, afirma Napoleão.
Quem quiser aproveitar as oportunidades que existem e as que virão tem de ficar atento. Por aqui, os preços dos brinquedos variam de R$ 400 a R$ 30 mil, dependendo do modelo e da autonomia de voo. Além disso, é preciso saber operar e entender de fotografia.