O surgimento da pandemia do novo coronavírus voltou a atenção da maioria dos brasileiros para a questão da saúde. De uma hora para outra, o comércio fechou e as pessoas começaram a ficar em casa com o intuito de se proteger do vírus. Ao mesmo tempo, com tantas mudanças, o bem-estar passou a ser muito pautado, pensando nos impactos das mudanças e do isolamento social nas pessoas.
O painel “Uma reflexão necessária: Como reduzir a distância entre saúde e bem-estar em um país como o Brasil?”, do CONAREC 2020, discutiu o tema e contou com a mediação de Cadu Lemos, Sócio Fundador do Projeto Flow. Participaram da conversa Tatiana Pimenta, CEO da Vittude, William Malfatti, diretor de relacionamento com clientes, marketing e comunicação do Grupo Fleury e Marcio Alessandro Cardoso, médico e diretor do Portal Telemedicina.
Saúde e tecnologia
No momento de pandemia, o vírus ainda é o protagonista, mas a tecnologia tem ajudado a enfrentá-lo melhor. “O uso da tecnologia se faz necessário para que o maior número de pessoas tenha acesso aos serviços de saúde”, diz Tatiana Pimenta, da Vittude.
Para William Malfatti, o uso da telemedicina tem avançado na eficiência dos processos de acompanhamento remoto a pacientes. “A telemedicina não pode substituir o atendimento físico, mas deve servir como serviço de apoio para a democratização do acesso à medicina”, diz o diretor de relacionamento com clientes, marketing e comunicação do Grupo Fleury.
No modelo antigo, muitos atendimentos presenciais e mais custosos eram desnecessários. Com o novo modelo da telemedicina, é possível fazer uma triagem e atender os pacientes da forma mais eficiente.
Mas, quando se fala de democratização da saúde, também é preciso falar sobre acessibilidade. Marcio Alessandro Cardoso fala sobre o trabalho realizado pelo Portal Telemedicina que tem viabilizado o acesso à saúde em 300 municípios do Brasil e da Angola para garantir a melhoria de qualidade de assistência à distância. “Hoje, a telemedicina tem que vir com o conceito de levar o acesso com diminuição de custo. Em alguns lugares do mundo, o número de consultas por telemedicina aumentou mais de 300 vezes”, afirma.
A importância do bem-estar
Tatiana Pimenta, CEO da Vittude – rede referência em Psicologia Online no Brasil – alerta para outros problemas além dos enfrentados pela pandemia. “Estamos diante de uma pandemia de coronavírus, mas vamos viver uma epidemia de adoecimento emocional, então precisamos cuidar disso”, afirma.
Depois de um tempo do início do isolamento social, termos como “saúde mental” passaram a ser muito buscados e comentados na internet. Tatiana afirma que isso ganhou atenção também das empresas: “Saúde e bem-estar ganharam prioridade na pauta das lideranças, já que isso impacta no resultado das organizações”. “As empresas se deram conta do quão relevante é a saúde mental agora com o surgimento da pandemia, principalmente pela necessidade do trabalho remoto”, afirma.
William Malfatti traz um dado que mostra como outras doenças, além da Covid-19, devem ganhar atenção. “Em meados de abril e maio, houve crescimento em oito vezes no número de acidentes cardiovasculares nos EUA”, afirma o diretor de relacionamento com clientes, marketing e comunicação do Grupo Fleury.
Mas, afinal, é possível reduzir a distância entre saúde e bem-estar no Brasil? Pimenta considera a tecnologia o fio condutor para isso. “A tecnologia serve para encurtar distâncias e facilitar o acesso à medicina”, afirma.
Para Cardoso, a pandemia desencadeou uma série de mudanças na vida e na estrutura da saúde no País. “Essa pandemia trouxe uma visão clara que precisamos mudar. A tecnologia colocou as pessoas no centro de tudo dentro do processo da saúde”, conclui o diretor do Portal Telemedicina.
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