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Modelo de medicina acessível é opção para fugir de problemas com planos

Modelo de medicina acessível é opção para fugir de problemas com planos

Clínicas que oferecem consultas com preço justo, atendimento humanizado, acesso simples e agendamento rápido chamam a atenção de público jovem

Temas relacionados à saúde são sempre motivo de muita reclamação por parte dos consumidores. Tanto por quem depende da rede pública, quanto por aqueles que pagam planos de saúde, mas na hora em que precisam acabam ficando na mão. Está cada vez mais difícil marcar exames, a rede de clínicas e laboratórios credenciados sofre constantes alterações e os preços estão cada vez mais caros. Mas por onde fugir?

Diante da lacuna que se faz presente na rede de saúde como um todo, principalmente em relação ao primeiro atendimento, duas vias se apresentaram: as clínicas populares, que atendem por cartões de desconto e as “fast clinics”, modelo de clínicas que começaram voltadas para atendimentos na periferia, mas logo entenderam que a demanda ia além da classe D. É o caso, por exemplo da Clínica da Cidade, um negócio familiar, que começou em Campinas, no estado de São Paulo, e hoje está presente em pelo menos 12 estados do país.

O modelo de “fast clinic” tem como objetivo democratizar o atendimento médico primário, resolvendo as dores urgentes dos pacientes, antecipando problemas maiores. A ideia é oferecer um atendimento humano, rápido, descomplicado e a preços justos. Na Clínica da Cidade, por exemplo, as consultas variam em média de R$120 a R$200 reais dependendo da especialidade. Os agendamentos são feitos principalmente por telefone e via Whatsapp (60%).

rafael-teixeira-ceo“Nós nos encaixamos no famoso: tem para hoje? Estamos ali para atender aquelas pessoas que estão com uma dor, um mal estar, que não chega a ser um caso de urgência e emergência, mas que não podem esperar dois, três meses, para conseguir uma consulta pelo plano”, explica Rafael Teixeira, CEO e co-fundador da Clínica da Cidade.

Para Rafael, essa “quarta via” oferecida à população está ganhando força em um momento em que já ficou claro que as operadoras de saúde não priorizam mais vender planos para pessoas físicas, dando preferência para os planos empresa que são menos controlados pela ANS. Ao mesmo tempo, segundo ele, é notório que o Sistema Único de Saúde é muito eficiente para casos de urgência, emergência e cirurgias, mas não consegue abraçar o primeiro atendimento de forma eficaz. O tempo de espera por uma vaga, por um agendamento, muitas vezes compromete o tratamento do paciente.

Outro fator que acaba fortalecendo o modelo das “fast clinics”, como o da Clínica da Cidade, é o próprio comportamento do consumidor. Rafael analisa, em entrevista à Consumidor Moderno, que os mais jovens buscam a melhor experiência e, muitas vezes, os modelos dos tradicionais planos de saúde, não se encaixam nesse estilo de vida.

“A gente tinha um público com uma média de idade entre 40 e 60 anos. De um tempo para cá, estamos vendo um crescimento absurdo de clientes entre 20 e 30 anos. Quem são eles? São jovens que estão começando a vida, querem se cuidar, mas não querem pagar aquele valor mensal do plano de saúde sem usar. Preferem ir até a nossa clínica e pagar quando precisam”, descreve o CEO.

Rafael dá o exemplo ainda de casais recém casados, que tiveram o primeiro filho recentemente: “Quem está construindo a vida acaba tendo que escolher entre pagar a prestação da casa, a mensalidade de uma boa escola para o filho ou o plano de saúde”. Segundo ele, jovens estão optando por ter gastos de saúde sob demanda, ou seja, quando for realmente necessário.

Futuro: Plano de Saúde será como seguro

A maioria das pessoas que tem planos de saúde hoje tem como uma forma de segurança. Ou seja, se acontecer um acidente, se precisar fazer uma cirurgia, se internar, quer ter aquele atendimento garantido. Essa lógica, segundo Rafael, ainda faz total sentido para a nossa sociedade e, para o CEO, vai continuar fazendo no futuro.

O que Rafael vem observando é que muitas pessoas que têm planos de saúde, na hora de marcar uma consulta, preferem procurar as “fast clinics” e depois tentar um reembolso, do que agendar um médico pelo plano. Mesmo que esse reembolso não aconteça, como os pacientes vêem o preço das clínicas como justo, não se importam de pagar para resolver o problema mais rapidamente e com profissionais tão qualificados quanto os oferecidos pelas operadoras.

“As pessoas têm usado esse atalho, que logo será cortado pelas operadoras dos planos. Mas, o que eu acredito é que a longo prazo o sistema de saúde como conhecemos hoje não vai mais existir. Os planos terão que se adaptar. Provavelmente vão abrir mão dos atendimentos primários, ou separar os serviços em duas categorias. Um deles será voltado somente para o atendimento básico, com consultas e exames limitados, feitos em parcerias com clínicas especializadas e enquadradas nesse modelo de medicina acessível”, acredita o CEO.

Nessa linha de raciocínio surgiria um novo ecossistema de saúde, onde as “fast clinics”, incorporadas ou não aos serviços oferecidos pelos planos, passarão a funcionar como porta de entrada para os hospitais. No futuro, as próprias clínicas poderão também criar os seus planos, voltados para o primeiro atendimento.

“Na minha visão os planos passarão a vender seguro saúde, porque não conseguem mais gerir o primeiro atendimento. Precisaram inclusive verticalizar o serviço criando unidades de saúde próprias para ter maior controle dos custos. Não estou dizendo que é o fim dos planos, mas que no atual modelo eles estão ficando inviáveis. Precisaremos pensar em uma rede de saúde em camadas. Em que seguro saúde (emergência, urgência, cirurgia) esteja em um lugar e o atendimento primário em outro (check up, exames preventivos, consultas)”, defende Rafael.

Crescimento na pandemia

O modelo da clínicas que se propõe a oferecer um serviço de assistência mais acessível e descomplicado, cresceu durante a pandemia. Segundo Rafael Teixeira, isso aconteceu porque as pessoas não queriam ir a hospitais por dores agudas ou problemas crônicos, com medo de pegar Covid-19. Como a Clínica da Cidade deixou claro que não atendia pacientes contaminados com coronavírus, se tornou uma opção segura e viável para parte da população, que talvez antes nem conhecesse o serviço.

“Tivemos um crescimento na Clínica da Cidade exponencial durante a pandemia, tanto de usuários que nos procuraram para atender às demandas do dia a dia, quanto de pessoas interessadas no nosso modelo de negócio. Nessa época, tivemos um aumento no número de franqueados e, consequentemente, de unidades por todo o país”, conta o executivo.

A primeira Clínica da Cidade foi aberta em 2003, como um negócio de família na periferia de Campinas. Só em 2018, que os donos resolveram franquear o modelo de negócio, entendendo que havia demanda para o serviço em muitas outras regiões de São Paulo e do país.

“A pandemia deixou nosso mercado em evidência. Ficou claro para os investidores que o essencial mesmo é a saúde, que o resto todo pode parar, mas independente de qualquer crise, a saúde não para. Hoje, atendemos pessoas da classe D à classe A. Temos 51 unidades abertas no total, sendo nove próprias. Ainda temos 20 clínicas em implantação e projetamos a comercialização de cerca de 50 até o final do ano. Estamos de Norte a Sul do Brasil”, afirma Rafael Teixeira, CEO e co-fundador da Clínica da Cidade.


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