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Rótulo x embalagem: por que o consumidor tem que ficar alerta para as diferenças?

Rótulo x embalagem: por que o consumidor tem que ficar alerta para as diferenças?

Marketing de alimentos muitas vezes “disfarça” os reais componentes do produto. O jeito é ler a rotulagem

Desde que a “internet” descobriu que o lanche McPicanha, do McDonald’s, não tinha, de fato, picanha, uma luz de alerta se acendeu nos consumidores e órgãos de fiscalização: as informações de divulgação e da embalagem nem sempre condizem com o que diz o rótulo dos alimentos.

Leia mais: Procon SP e Conar vão investigar polêmica sobre McPicanha

A polêmica sobre como é feito o marketing de produtos alimentícios não é nova, mas as exigências cada vez maiores fazem com que alguns hábitos e práticas se modifiquem. Afinal, você sabe o que está comendo e como procurar quais os reais ingredientes que compõem suas refeições?

Picanha só no molho: o caso do McDonald’s

As frequentes diferenças entre rótulo e embalagem voltaram à pauta após a denúncia feita pela página no Instagram “Coma com os Olhos” sobre o McPicanha, do McDonald’s, no último mês de abril. Após a repercussão, a própria rede de fast food admitiu que a carne nobre estaria contida apenas no molho do sanduíche.

“Os lançamentos trazem a novidade do exclusivo molho sabor picanha (com aroma natural de picanha)”, disse em comunicado.

Diante do ocorrido, o Procon-SP notificou a empresa Arcos Dourados Comércio de Alimentos, detentora da marca McDonald’s no Brasil, para explicar o novo produto, informando sua tabela nutricional com a composição de cada um dos ingredientes do lanche, como carne, molho, pão, aditivos, etc. Além disso, o órgão cobrou diversos outros documentos, como comprovantes de testes de qualidade e cópia dos materiais publicitários.

O Conar (Conselho de Autorregulação Publicitária) também entrou na história e abriu processo contra a Arcos Dourados. Por sua vez, a empresa disse que está trabalhando para esclarecer todos os questionamentos levantados.
Em nota, ela ainda reforçou que os novos McPicanha ganharam o nome “justamente para proporcionar uma nova experiência ao consumidor, ao oferecer sanduíches inéditos desenvolvidos com um sabor mais acentuado de churrasco”.

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Rótulo x marketing, quem sai ganhando nessa disputa?

Na justificativa de colocar a experiência do consumidor à frente, infelizmente, estes casos de confusão entre rótulo e embalagem são mais comuns do que parecem.

Segundo a pesquisadora do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Faculdade de Saúde Pública da USP (Nupens/USP), Ana Paula Bortoletto, são várias as estratégias da indústria e das redes de fast food para destacar alguma característica positiva que, na verdade, não está de acordo com a composição real do produto.

Ela destaca, inclusive, outras denúncias recentes feitas pelo Idec (Instituto de Defesa do Consumidor): a do biscoito Nesfit de aveia e mel que não contém mel na sua composição e a bebida Del Valle Fresh, que parece ser suco, mas tem menos de 1,5% de fruta.

“Todos esses casos podem se enquadrar como publicidade enganosa pelo Código de Defesa do Consumidor e, portanto, não estão dentro da legalidade. Porém, muitas vezes as empresas não são punidas por se utilizarem de brechas em regras menos restritivas, mas que valem menos que o código, que é uma Lei Federal”, esclarece a pesquisadora.

No entanto, há uma mudança em curso, baseada na ação dos órgãos fiscalizadores e na demanda dos próprios consumidores, frequentemente os primeiros a trazer à tona situações passíveis de denúncia.

No caso do Del Vale Fresh, muitos Procons atuaram e chegaram até a proibir a comercialização do produto em alguns estados, como foi o caso no Distrito Federal. “Os tribunais superiores também já puniram, por exemplo, várias empresas por fazerem publicidade infantil de produtos ultraprocessados”, completa Ana Paula Bortoletto.

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Diferenças entre rótulo e embalagem

Também é importante destacar que toda a lógica do rótulo e da embalagem são diferentes. Enquanto o rótulo contém as informações sobre o produto, muitas vezes em “letras pequenas”, a embalagem é todo o material que reveste o alimento, trazendo o conteúdo de marketing que fica mais à vista.

O Procon-SP, por exemplo, lista as regras para a rotulagem de alimentos industrializados, que devem obrigatoriamente apresentar data de validade, lote, composição, origem, quantidade, outras informações necessárias para a sua utilização (instruções de preparo, forma de armazenamento, etc.) e alertas sobre componentes que possam causar alergia, como glúten, fenilalanina e sacarose.

O problema é que ler todos esses dados técnicos que muitas vezes estão em locais escondidos não ajuda a incutir o hábito de se atentar aos rótulos de alimentos no país. Para a pesquisadora do Nupens/USP, essa apresentação da rotulagem, inclusive, é um dos cernes da questão.

“A maior parte do que está em destaque nas embalagens dos alimentos são informações de caráter publicitário, que podem levar o consumidor ao engano por não se atentar a dados complementares importantes, como a lista de ingredientes”, diz.

Ler rótulos, como buscar a informação corretamente

Para se prevenir de propagandas enganosas em alimentos, a pesquisadora passa duas regras básicas: ler sempre o rótulo e “se tiver muita publicidade, é bom desconfiar e ler o rótulo com mais atenção ainda”. O alerta fica maior em produtos como sucos de caixinha, biscoito que parecem saudáveis, iogurtes e bebidas lácteas.

Outras dicas são conferir a lista de ingredientes dos alimentos embalados, mesmo os que costuma comer habitualmente, pois os fabricantes mudam bastante a composição e nem sempre avisam; saber que a lista de ingredientes vem em ordem decrescente de quantidade, ou seja, o que aparecer primeiro é o que se encontra em maior quantidade no produto; e, no quesito saúde, evitar o consumo de alimentos ultraprocessados, que podem ser identificados pela presença de nomes que não se encontram em casa, como extratos e substâncias químicas, corantes, aromatizantes e adoçantes.

O consumidor também pode ter um papel ativo na construção de melhores práticas no ramo. O Idec, por exemplo, possui um canal específico para facilitar o envio de denúncias. Elas são encaminhadas aos órgãos competentes com embasamento técnico e jurídico, pelo Observatório da Publicidade de Alimentos.

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