Imagine fazer transações relâmpago, sem precisar digitar a senha na maquininha ou passar pelo estresse de perder tempo em filas. É essa a realidade para milhares de pessoas no Brasil há 15 anos, e que vem conquistando ainda mais consumidores mundo afora. As soluções de pagamento sem contato – ou contactless – têm proporcionado inúmeras mudanças na experiência de compra para consumidores e varejistas. 

A praticidade é um dos principais principais benefícios, permitindo transações rápidas por meio de dispositivos móveis e eliminando a necessidade de carregar cartões físicos. Esse processo simplificado reduz o tempo de espera em filas e oferece a sensação de conveniência no momento da compra.

Desde a adoção desses métodos de pagamento, a jornada do cliente sofreu alterações significativas. A rapidez e praticidade se tornaram norma, enquanto a segurança e a higiene ganharam destaque, especialmente durante a pandemia de COVID-19. A preferência crescente por pagamentos sem contato reflete a demanda por experiências de compra ágeis, convenientes e seguras, alinhando-se às novas expectativas dos consumidores.

“É de inserir? Não, de aproximar”

Provavelmente, você deve ter dito essa frase acima muitas vezes durante suas compras. Isso porque, apesar de estar disponível no Brasil há 15 anos, a aceitação de métodos de pagamento sem contato tem crescido constantemente desde 2020. “Com a pandemia, a segurança e a preocupação com a higiene tornaram-se pontos de destaque. A possibilidade de realizar pagamentos sem contato físico direto com a máquina de cartão trouxe segurança aos clientes, resultando em uma preferência crescente por essa modalidade, além de toda a praticidade de pagamento por meio de celulares e smartwatches com o cartão embarcado nas carteiras digitais”, comenta Marcella Calfi, Gerente de Marketing da Zoop.

De acordo com a Abecs – Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços, a adoção da tecnologia NFC (Near Field Communication), utilizada para pagamentos por aproximação, disparou no Brasil durante o primeiro semestre de 2022, registrando um crescimento de 474%. No total do ano, os pagamentos por aproximação atingiram a marca de R$ 386 bilhões, o que representa um aumento de 249,5% em relação ao mesmo período de 2021.

A integração do NFC em dispositivos móveis e o impulso da digitalização financeira têm impulsionado essa tendência. Estratégias que incentivam a adoção desses pagamentos incluem a facilidade de uso, educação do consumidor e a ênfase na segurança proporcionada por esses métodos. 

Uma pesquisa realizada pela Zoop, fintech de soluções financeiras embarcadas, em parceria com o Instituto Qualibest, aponta que 72% dos entrevistados afirmaram utilizar soluções de aproximação no momento das compras. A pesquisa ainda mostra que, dentre os consumidores que utilizam meios de pagamento por aproximação, 77% o fazem por considerarem mais prático, 34% por já usarem bancos digitais, 28% por não necessitarem carregar os cartões físicos e 27% afirmaram ter mais confiança nesta forma de pagamento.

Empresas precisaram se adaptar a esta nova realidade

Para Marcella Calfi, a implementação dessas soluções implica em mudanças operacionais significativas aos varejistas. Embora tenha melhorado a eficiência nas transações e a interação com os clientes, a transição demandou investimentos em tecnologia, educação do consumidor e monitoramento constante da segurança dos dados.

Os desafios enfrentados pelos varejistas incluem custos associados à atualização de terminais de pagamento, treinamento de funcionários e educação dos consumidores sobre o uso adequado desses métodos. Estratégias como parcerias com provedores de serviços de pagamento e programas de capacitação para os funcionários foram essenciais para superar esses desafios. “No entanto, essas mudanças não só melhoraram as operações dos varejistas, mas também redefiniram a interação com os clientes, alinhando às expectativas atuais de conveniência e segurança”, complementa.

Métodos contactless são mais seguros para o consumidor

Em relação à segurança e privacidade dos consumidores, medidas preventivas são implementadas, como notificações em tempo real, controle de gastos e verificação de compras autorizadas. Ambos os métodos, tradicionais e sem contato, são confiáveis, mas a digitalização oferece maior controle e acesso instantâneo às informações bancárias, aumentando a percepção de segurança por parte dos consumidores.

Para quem deseja se sentir mais seguro ao utilizar os meios de pagamento sem contato, Marcella Calfi dá algumas dicas:

• Ao receber uma mensagem de erro no pagamento por aproximação, não insira o cartão físico na maquininha para concluir a compra e peça para o atendente usar outro aparelho;
• Caso a mensagem de erro também apareça em outra máquina, busque alternativas, como pagamento via PIX ou dinheiro;
• Confira a tela da máquina: se ela apresentar uma mensagem pedindo para inserir o cartão, tenha cuidado, pois esse aviso não é comum;
• É muito importante verificar os comprovantes de valores emitidos nas faturas de cartão, para caso existam gastos indevidos;
• Vale também cadastrar o número de seu celular no aplicativo do banco para receber uma notificação sempre que uma compra for feita com seu cartão.

Nem todos ainda se sentem seguros para adotar os meios de pagamento sem contato. Segundo a Gerente de Marketing da Zoop, a resistência vem especialmente da população idosa, que não possui tanta familiaridade com as novas tecnologias. No entanto, o crescimento do uso entre pessoas acima de 55 anos sugere uma mudança gradual nesse cenário, indicando um potencial para a ampliação dessa adoção nos próximos anos.