PENSANDO EM INOVAÇÃO NO VELHO MUNDO
- Por Melissa Lulio
- 3 min leitura
Quando o assunto é inovação, você pensa automaticamente no Vale do Silício? Talvez esteja na hora de rever seus conceitos: apesar de conhecida como o “velho mundo”, a Europa não ficou para trás na hora de repensar em seus modelos de negócio e em suas entregas de serviço nas últimas décadas. Sua revolução digital é um processo único e sozinha transformou culturas e valores de suas nações nos últimos 20 anos: os países europeus vêm lidando com questões de privacidade e proteção de dados muito antes que outros lugares, e seus limites e fronteiras estão enfrentando alguns de seus processos mais desafiadores da história. Apesar de tudo (e talvez por conta de tudo isso), continuamos a ver inovações europeias crescendo a passos rápidos. No caos, surge a criatividade.
Porém, assim como os negócios não são feitos apenas de números e resultados, a revolução digital não é tão somente sobre tecnologia e ferramentas: ambos são sobre – e para – pessoas.
Em um módulo do nosso MBA executivo no ano passado, fizemos um painel intitulado A Transformação Digital e o Panorama de Inovação Europeus, mediado pela Prof. Dr. Katja Nettesheim, professora de Transformação Digital na Universidade Steinbeis. Selecionei aqui os três pontos que considero os principais da conversa:
“Assim como os negócios não são feitos apenas de números e resultados, a revolução digital não é somente sobre tecnologia e ferramentas.
O passado não reflete o futuro
Um dos riscos assumidos por empresas centenárias é que geralmente elas apoiam seu sucesso no que funcionou em seu passado, e esta dinâmica não dá indicação de que isso irá funcionar no futuro. Para apostar em inovação, de fato, é preciso superar a maneira de fazer as coisas, focando apenas o legado, e encarar novas condições e desafios.
Atitude é mais importante que conhecimento e ativos
Katja reforça que, para inovar, conhecimento e ativos fornecem de fato uma base sólida — mas talvez sólida demais (e muito próxima do engessado legado). “Se você acha que sabe, então você não se abre muito para novas maneiras de pensar: você pode estar muito investida em seu conhecimento e no que possui. Mas atitude sempre será crucial”, ela pontua.
A importância da criatividade na liderança
Criatividade pode ser erroneamente vinculada apenas a design ou a conceitos de arte, mas ela é, antes de tudo, sobre encontrar novas maneiras de executar tarefas e pensar em soluções. E, para Katja, em tempos desafiadores é exatamente isso que faz toda a diferença: “É sobre encontrar um novo jeito de fazer as coisas ou comunicar algo. Sabemos que, não raro, líderes estabelecidos não se dão bem com novas demandas de empregados jovens. As habilidades de liderança que eles aprenderam – ordem e controle – não funcionam mais. Então, mais uma vez, eles precisam encontrar novas maneiras de responder às demandas do mercado. E isso é liderança criativa.”
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