Transforme informação em sabedoria
- Por Melissa Lulio
- 3 min leitura
Ilustração: VectorMine/Shutterstock
Hoje, em uma sociedade em que informações são compartilhadas de forma ininterrupta, é cada vez mais fácil encontrar respostas a partir de Inteligências Artificiais e buscadores cada vez mais robustos. No entanto, vale questionar se as infinitas e tão acessíveis informações disponíveis no ambiente digital realmente ampliam a inteligência humana ou se depende de nós, seres racionais, transformá-las em conhecimento de fato.
A “convivência” com o ChatGPT faz perceber que, mais do que fazer uma pergunta qualquer, é preciso saber construir o prompt correto, fornecer a ele um contexto e insumos para que a IA, de fato, compreenda a necessidade do usuário e, então, entregue aquilo que ele esperava. Assim como tantas outras habilidades na vida, extrair o melhor da tecnologia exige prática e experiência.
Em 2008, Malcolm Gladwell, publicou o livro Outliers e popularizou a “teoria das 10 mil horas”, que propõe a prática deliberada de alguma atividade por esse período para, de fato, alcançar a maestria. Se forem utilizadas 8 horas de cada dia útil, serão necessários 4 anos, 9 meses e aproximadamente 22 dias para completar as horas necessárias (foi o ChatGPT quem fez a conta!).
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Em muitas sociedades e culturas, durante muitos séculos, a sabedoria dos ancestrais e de anciãos foi objeto de extremo respeito. Mais do que indivíduos com muitas porções de 10 mil horas acumuladas, eles eram vistos como guardiões da sabedoria de seus povos, fontes de conhecimento essenciais para inspirar tomadas de decisão. Hoje, com a valorização extrema e até exagerada da juventude, isso mudou. É comum que pessoas escondam suas rugas e seus cabelos brancos para não serem vistas como ultrapassadas e antiquadas.
Formam-se dois extremos que, é claro, não correspondem à realidade total, mas que são representativos como objeto de reflexão: de um lado, jovens com pouca experiência, mas muita informação (verídica ou não) acumulada; de outro, idosos que não fazem o uso ideal das tecnologias (inclusive porque elas podem não ser intuitivas para quem não nasceu no ambiente digital) e, em muitos casos, não têm interesse em aprender sobre o tema.
Nesse cenário, quem perde é o futuro. Para os mais jovens, aprender com quem já viveu muitos anos e respeitar essas pessoas, por terem uma sabedoria adquirida ao longo da vida, pode ser transformador, especialmente ao combinar esse conhecimento com a tecnologia que, para a Geração Z, é tão essencial quanto o ar que se respira.
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