A Lojas Renner conseguiu elevar o lucro em 10,5% no segundo trimestre deste ano, para R$ 174,8 milhões, em relação ao mesmo período do ano anterior. O resultado deve-se ao crescimento de 8,2% na receita líquida de vendas de mercadorias, para R$ 1,465 bilhões. Em mesmas lojas, aquelas abertas há mais de 12 meses, as vendas cresceram 2,9%.
Embora não tenha registrado resultados negativos no primeiro trimestre, a empresa havia desacelerado, por conta do calor fora de época. Agora, segundo Laurence Gomes, diretor de Relações com Investidores, a chegada do frio ajudou a varejista de fast fashion a recuperar os resultados. “O crescimento das vendas foi beneficiado pelos desempenhos dos dias das Mães e Namorados e pelas baixas temperaturas de maio e junho”, avalia.
Além disso, explica, a empresa segue com ajuste de estoques, diante de um mercado que ainda está sofrendo com quedas no consumo. Segundo Gomes, o mercado segue com estratégia promocional para atrair os consumidores, e a Renner se aproveita do cenário para ganhar mercado. “O que estamos vendo é que este é um momento importante de consolidação, um momento de ganhar share. Se o mercado está promocional, entendemos que há dificuldade, mas para gente é uma oportunidade de ganhar share”, afirma o executivo.
Em logística, a empresa espera ver resultados com o sistema de push and pull ainda neste ano. “Já vimos no segundo trimestre uma melhora na eficiência da logística, mas resultados com o push and pull a gente espera lá pelo quarto trimestre”, afirma Gomes. “Com a combinação de margem, giro e uma maior eficiência do controle de estoque, a gente visualiza no futuro próximo mais vendas com menos estoque”, diz.
“ASstamos pavimentando uma estrada para ter uma operação maior e mais rápida até 2021”, afirma.
O controle de despesas também segue na pauta da varejista. “Todas as medidas adotadas ao longo de outros trimestres estão trazendo resultados”, diz. As despesas operacionais, aquelas relacionadas às vendas, as gerais e administrativa, representaram 35,8% da receita líquida de mercadorias, devido, principalmente, aos encargos da reoneração da folha de pagamentos, à abertura de maior número de novas lojas no período e ao novo Centro de Distribuição de Santa Catarina.
No segundo trimestre, foram inauguradas 21 lojas, sendo 7 da Renner, 3 da Camicado e 11 da Youcom. Os investimentos, no trimestre, totalizaram R$ 157,9 milhões ante os R$ 146,6 milhões registrados no mesmo período de 2015. A varejista se prepara para abrir a primeira loja no Uruguai no segundo semestre de 2017.
Para o final do ano, a empresa espera segurar os resultados, apesar do cenário ainda crítico. “A confiança ainda está baixa, o consumidor ainda está preocupado em relação ao consumo, mas nossa proposta de valor continua sendo ajustada e estamos conseguindo superar e ganhar mercado. Estamos vendo o terceiro trimestre de forma bastante conservadora, por causa dessa falta de volatilidade e incerteza em julho. A expectativa para o ano fica cada vez mais incerta. Queremos atingir um same store sales perto ou alinhado com a inflação”, considera Gomes.