Uma reportagem feita pelo jornal Financial Times mostra detalhes de um processo judicial que aponta, entre outras coisas, que o Facebook teria superestimado sua métrica de alcance potencial de conteúdos patrocinados e que são pagos por anunciantes, em grande parte por não corrigir contas falsas e duplicadas.
No documento da justiça californiana, o Facebook teria dito no tribunal que a métrica potencial é “simplesmente uma ferramenta grátis” e que não refletiria diretamente no custo de uma campanha ou quem ela alcançará. No entanto, a investigação aponta para outra versão. Na verdade, internamente, a ferramenta é importante para a rede social mensurar o alcance e, consequentemente, o valor que deveria ser pago pelas empresas. Veja o processo (em inglês) AQUI.
“Os fatos contam uma história diferente. A portas fechadas, o Facebook afirmou: ‘Ao criar campanhas publicitárias, os anunciantes frequentemente contam com o público estimado para compreender o potencial alcance de suas campanhas e definir a estratégia de lance e orçamento. Assim, este número é indiscutivelmente o único o número mais importante em nossas interfaces de criação de anúncios”, afirma trecho do processo.
Número inflado
O processo revela ainda que um dos fatores que influenciavam no potencial de alcance era a inclusão de contas falsas ou duplicadas, o que, consequentemente, impactava (para mais) o valor pago pelo anunciante. “Facebook sabia que o problema foi em grande parte devido a contas falsas e duplicadas, mas a empresa tomou uma ‘decisão deliberada’ de não remover contas duplicadas ou falsas”.
A reportagem ainda afirma que COO do Facebook, Sheryl Sandberg, reconheceu o problema com a métrica em 2017. Na ocasião, o gerente de produto Yaron Fidler propôs corrigir os números, mas a empresa teria se recusado, argumentando que isso produziria um impacto “significativo” na receita.
“É uma receita que nunca deveríamos ter obtido, dado o fato de que se baseia em dados errados”, disse Fidler em troca de e-mail obtida pela justiça. Outro funcionário ainda acrescentou: “o status quo na estimativa e nos relatórios de alcance do anúncio está profundamente errado”.
Em resposta a reportagem, o Facebook afirmou que as alegações não mérito e informou que irá se defender “vigorosamente”.
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