A LBR, detentora das marcas Parmalat e Líder, e a BRF, da Elegê, convocaram recall por presença de formol detectada nas bebidas, segundo comunicado do Ministério da Justiça. Mais uma vez.
A campanha de recolhimento da LBR começou no dia 21 de março e envolveu mais de 300 mil caixas de leite das duas marcas. Em nota, a LBR afirma que os produtos passaram por testes do Ministério da Agricultura e não foram encontradas anormalidades. O que levanta uma dúvida perigosa em relação aos órgãos que regulam e fiscalizam a qualidade no Brasil.
O Procon-SP notificou a LBR Lácteos Brasil S/A para que regularizasse até o dia 25 de março o comunicado de recall de leites, divulgado na imprensa. No texto, dentre outras irregularidades em desacordo com a legislação vigente, a empresa informava o defeito, mas não alertava sobre as consequências à saúde do consumidor que ingerir o produto.
A LBR Lácteos Brasil S/A comunicou nesta sexta-feira, 21/3, o recolhimento de lotes de leite cru adquiridos de fornecedor no Rio Grande do Sul (abaixo identificados), devido a problemas com possível contaminação, identificados pelo Ministério da Agricultura.
Identificação dos produtos envolvidos
Leite UHT integral marca Parmalat – produzido em Guaratinguetá-SP entre às 22h00 de 13/2/2014 e 6h45 de 14/2/14, comercializado no Estado de São Paulo
Leite UHT integral marca Líder – produzido em Lobato-PR entre às 5h05 e 7h43 de 13/2/14 e de 00h00 até 5h25 de 14/2/14, comercializado no Estado do Paraná.
Códigos de identificação das embalagens estão listados no site www.ibr-lacteosbrasil.com.br. Para mais informações ou solicitação de troca ou devolução de produtos, a empresa disponibiliza o telefone 0800 011 2222 e o email [email protected]. De acordo com o Código de Defesa do Consumidor, o fornecedor deve reparar ou trocar o produto defeituoso a qualquer momento e de forma gratuita.
A Elegê também convocou recall no Rio de Janeiro por contaminação na distribuição em todo o estado. De acordo com o Procon-RJ, “o processo foi instaurado a partir da informação veiculada nos meios de comunicação, pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul, que esses leites podem ter sido processados com matéria-prima contaminada com formol.
O Procon Estadual instaurou o processo para averiguar se os produtos das marcas distribuídos no estado do Rio apresentam o mesmo problema”. Os códigos dos produtos sob suspeita de estarem estragados são CDSA 16:533, CDNZ23:553 e CDVP06:093. A empresa informou que não houve queixas em outros estados, mas investiga se há produtos impróprios para o consumo em todos os mercados.
A marca alegou em nota que a “impropriedade se trata de uma quebra da cadeia de proteína que gera sabor e cor alterada no produto, o que não causa danos à saúde ou à integridade física dos consumidores”. A BRF informou ainda que a alteração “não possui relação com o crescimento microbiológico e/ou adição de químicos”.
Precedente perigoso
Não é a primeira vez que isso acontece. Aliás, os escândalos envolvendo produtos alimentícios ganharam destaque com o “caso Ades”, que aconteceu em 2013 com contaminação por soda cáustica – e que causou um prejuízo 60 milhões a 70 milhões de euros (entre R$ 192 milhões e R$ 224 milhões, aproximadamente) em vendas do suco Ades no Brasil em 2013, segundo o presidente global da Unilever, Paul Polman.
Outro caso que ganhou as manchetes foi o famoso “rato na Coca Cola”, que até hoje gera discussões sobre falta de qualidade ou boicote à marca.
De qualquer maneira, é uma mancha perigosa para as empresas que isso aconteça, afinal, estamos na era da reputação, em que o que se fala sobre determinada marca pode definir o que ela de fato é ou transformá-la.
E numa época de hiper comunicação, em que o boca-a-boca tem um alcança infinitamente maior, a maior contaminação para uma empresa é a de sua credibilidade.
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