A aposta é alta: o Quibi, aplicativo de streaming voltado para o consumo de filmes e séries no celular, desembarcou no Brasil sem muito alarde no final de abril, em plena quarentena de Covid-19. A proposta é conquistar um dos públicos no mundo que mais passa tempo em seus smartphones. Esses consumidores em potencial somos nós, os brasileiros.
Criado por Jeffrey Katzenberg, cofundador da DreamWorks, e Meg Whitman, que já foi executiva do site de leilões Ebay, a plataforma quer ser uma alternativa para nomes como Apple TV Plus, Disney Plus, Amazon Prime e, claro, Netflix, além de se tornar pioneira na exibição voltada exclusivamente para o consumo mobile. Por isso mesmo, suas produções são mais curtas, por exemplo, e duram em média 10 minutos. Em um mundo no qual as pessoas passam cada vez mais tempo no celular, esse investimento isso faz todo sentido.
Para concorrer com outros gigantes do entretenimento, a Quibi apresenta produções feitas só para esse formato e que podem ser consumidas mediante a assinaturas mensais. A mais barata custa US$5 por mês e a mais cara custa US$8, com o diferencial de não trazer anunciantes. No Brasil, inicialmente o preço será R$32,90 – bem mais salgado que a mensalidade básica da Netflix, que hoje está em R$21,90.
DE ONDE VEM O QUIBI?
O nome de duas sílabas pode soar estranho em território brasileiro, mas a ideia foi condensar as palavras quick e bite em um único termo. Os grandes trunfos do Quibi são ter investimento bilionário por trás de seu funcionamento (mais de US$1,75 bilhões, segundo a imprensa norte-americana) capitaneado por empresas como Sony Pictures e Warner Bros, por exemplo. E contar com contratos com personalidades como Steven Spielberg, diretor fechado para realizar produções para a plataforma. Manter estrelas de Hollywood no portfólio é a outra arma para trazer assinantes. Liam Hemsworth, Sophie Turner e Reese Witherspoon já podem ser assistidos na plataforma.
No Brasil, quem quiser navegar pelos programas pode fazer uma assinatura grátis por até 90 dias (prazo estendido por causa da pandemia de Covid-19). Entre as curiosidades do funcionamento do Quibi estão o fato de poder se assistir aos conteúdos tanto na forma vertical quanto na horizontal (já que cada todo o catálogo disponível é editado das duas formas, o chamado Turnstyle). Ela também disponibiliza noticiários (nos EUA o conteúdo vem de canais como NBC, TMZ e da britânica BBC).
De acordo com informações do site de tecnologia “Fast Company”, o Quibi foi mesmo originalmente criado para rodar em telas pequenas e isso não deve mudar tão cedo. O app pode até ser instalado em iPads, por exemplo, mas não serve para telas maiores ou TVs. Outra coisa que faz da plataforma única entre seus concorrentes é o fato de não fazer marketing sobre si mesma através de anúncios em redes sociais.
Por isso, apesar do ineditismo da proposta, pelo menos o Brasil ele corre o risco de passar batido na hora de conquistar uma audiência maior. Até porque, no momento, ainda não há nesse serviço de streaming nenhuma produção feita por aqui ou mesmo com legendas ou dublagem em português (apenas em inglês ou espanhol). E aí, vai dar uma chance às produções do Quibi?
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