A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) revisou de -4,2% para -4,5% sua previsão para o volume de vendas no conceito restrito, que não registra as vendas de automóveis e materiais de construção. Para o varejo ampliado, a projeção anterior da entidade (-8,3%) foi revisada para baixo (-8,8%).
Em fevereiro, o volume de vendas do comércio avançou 1,2% no conceito restrito ante o primeiro mês de 2016, segundo a Pesquisa Mensal de Comércio, divulgada pelo IBGE. Para a CNC, contudo, esse resultado foi insuficiente para repor as perdas do setor verificadas nos últimos meses de dezembro (-2,3%) e janeiro (-1,9%).
“Além da queda na demanda, a intensificação de liquidações tem se tornado prática recorrente no setor como uma medida de aliviar o acúmulo de estoques e atrair novamente o consumidor às lojas”, disse em nota Fabio Bentes, economista da CNC. Segundo dados coletados pela própria Confederação desde 2011, em março de 2016, 32,7% dos varejistas consideravam os respectivos níveis correntes de estoques “acima do adequado” – percentual recorde em pelo menos cinco anos de levantamentos.
Na comparação com o primeiro bimestre de 2015, o volume de vendas aponta para uma acentuação das perdas no primeiro bimestre. Entre janeiro e fevereiro de 2016, o varejo registrou recuos de 7,6% no varejo restrito e de 10,1% no ampliado – os piores desempenhos do varejo em volume de vendas nesse tipo de comparação, em suas respectivas séries históricas. Em ambos os casos as perdas registradas nos dois primeiros meses de deste ano superam os ritmos médios verificados ao longo de todo o ano de 2015 (-4,3% e -8,6%, respectivamente).
”Vislumbramos a continuidade na perda de força da inflação no segundo semestre do ano”, acrescentou Bentes. “Isso deve fazer com que o varejo restrito feche o ano na casa dos -4,5%, resultado mais negativo que o do ano passado, mas que sinaliza para uma melhora para o segundo semestre do ano”, completou.