Em outubro, a proporção de famílias paulistanas endividadas teve alta pelo quarto mês consecutivo, chegando a 51,9% (crescimento de 0,2 ponto porcentual). Essa é a maior proporção atingida nos últimos doze meses, como aponta a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). Em relação ao mesmo período de 2015, houve queda de 0,5 p.p. quando 52,4% das famílias possuíam algum tipo de dívida.
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Em números absolutos, o total de famílias endividadas passou de 1,989 milhão, em setembro, para 1,997 milhão, em outubro – em 2015, esse número era de 1,880 milhão.
Embora a proporção de famílias endividadas com renda inferior a dez salários mínimos tenha apresentado queda de 0,8 ponto porcentual em relação a setembro, tal proporção, de 55%, é superior à das famílias que ganham mais de dez salários mínimos, que atingiu 42,6% (alta de 2,8 p.p. na comparação com o mês anterior). Na visão da entidade, as famílias de renda mais baixa sentem mais o impacto do aumento dos preços dos produtos de necessidades básicas, como alimentos, e é natural recorrerem ao crédito como forma de complementar o orçamento.
Entre os consumidores endividados, 35,2% deles comprometem sua renda por mais de um ano com as dívidas; 24,4% até três meses; 19,8% de três a seis meses; e 18% comprometem sua renda entre seis meses e um ano.
Inadimplência
No mês de outubro, 18,8% das famílias paulistanas afirmaram estar com as contas em atraso, queda de 1,1 p.p. em relação ao mês anterior. No entanto, com relação ao mesmo período do ano passado, houve uma alta de 0,8 p.p.. Em números absolutos, o total de famílias com contas atrasadas passou de 765 mil, em setembro, para 722 mil, em outubro. Em 2015, esse número era de 646 mil, apresentando alta, ano a ano, de 76 mil famílias.
Entre as famílias com contas em atraso, 47,9% delas tem contas vencidas a mais de 90 dias; 26,3% têm contas atrasadas entre 30 e 90 dias; enquanto que 25,3% do total de famílias estão com dívidas atrasadas por até 30 dias.
Assim como o endividamento, a inadimplência também segue mais acentuada nas famílias com menor renda, as mais impactadas pelos efeitos da inflação e da alta de juros. Entre as que ganham até dez salários mínimos, 23,6% estão com contas atrasadas – queda de 1,6 p.p. na comparação com setembro de 2016. Já entre as famílias com renda superior a dez salários, 7,2% disseram estar com débitos atrasados, queda de 0,4 p.p..
O cartão de crédito continua o maior protagonista do cenário de endividamento, mas apresentou estabilidade em relação a setembro e foi utilizado por 72,6% dos entrevistados em outubro. Na sequência dos tipos de dívidas mais recorrentes estão o financiamento de carro (13,7%), crédito pessoal (13,5%), carnês (11,5%), financiamento de casa (11,3%) e cheque especial (8,5%).