O avanço da febre amarela no Brasil (e que resultou em campanhas de vacinação em 21 estados) está desencadeando uma série de supostas notícias em grupos de WhatsApp ou redes sociais sobre tratamentos inovadores e emergentes. Um deles é a ingestão da própolis, que, alega-se, afastaria o mosquito transmissor da doença. Mas será mesmo?
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Primeiro, o tal tratamento: reza a lenda que a própolis entra na corrente sanguínea, de modo que seu cheiro acaba sendo expelido pelos poros. Ainda segundo a mensagem, o mosquito não suporta o odor e, portanto, não pica. Por isso, recomendam tomar de três a seis gotas por dia do produto.
Algumas mensagens creditam a informação a Fundação Fiocruz, entidade ligada ao Ministério da Saúde e um dos mais respeitados laboratórios da América do Sul. Mito ou verdade?
Mito ou verdade?
A entidade de defesa do consumidor Proteste emitiu um comunicado sobre a relação da Própolis e febre amarela. O resultado: é mito.
Em nota divulgada à entidade, a Fundação Oswaldo Cruz esclarece que essa informação não tem fundamentação científica e que nenhum pesquisador da instituição fez afirmações sobre o uso de substâncias naturais para afastar mosquitos.
E não é só isso. A Fiocruz reforça que os “inseticidas naturais”, ou seja, produtos caseiros formulados à base de citronela, andiroba, óleo de cravo, entre outros, não possuem a aprovação pela Anvisa até o momento. Também não há medicamentos que tenham comprovação de eficácia como repelentes para mosquitos.
Velha história
A história da Própolis não necessariamente é nova. No ano passado, a própria Fiocruz chegou a desmentir a informação de que o produto é um repelente ao Aedes Aedypti. Ou seja, o que estamos lendo nos mensageiros e redes sociais é uma reedição de uma história que surgiu no ano passado – e também já desmentida.