Um dos desafios da Internet das Coisas (IoT) no Brasil e no mundo é equacionar um palavrão inserido no âmago desse debate: a interoperacionalidade. Mas o que seria isso? Em linhas gerais, trata-se da análise da condição de conexão entre objetos (coisas) conectados a rede (internet) ou como uma geladeira se conecta a um forno de micro-ondas, que se liga a um modem até chegar a um smartphone.
O termo está previsto no Plano Nacional de Internet das Coisas, atualmente em discussão na Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e ganhou uma importância nos últimos meses que poderia de equiparar a própria neutralidade de acesso à rede (ou seja, a conexão em condições iguais para todos).
Esse é um assunto que preocupa Flávia Lèfreve Guimarães, conselheira da Proteste, uma das convidadas do 32° encontro estadual de Procons. Segundo ela, as tecnologias inseridas hoje no contexto de Internet das Coisas poderiam ferir a liberdade de escolha do consumidor, uma vez que existem sistemas considerados fechados. “Sistemas como o da Apple e Microsoft são fechados. Nesse sentido, se um consumidor comprasse uma geladeira da Apple, ele somente se conectaria ao objeto se tivesse uma geladeira ou outro gadget da mesma marca”, alerta.
No evento, a Proteste defendeu um modelo aberto aplicado a todos os fabricantes tal qual o Android, do Google. Será que o debate sobre o tema avança em Brasília?