Os remédios pelos quais já pagamos muito caro estão em risco de sofrer novo aumento. Ou, pelo menos, perder os descontos que normalmente são oferecidos no varejo, segundo a Interfarma (Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa).
Tudo isso porque 12 estados decidiram aumentar ainda mais o percentual de um dos principais impostos do setor, o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), alegando problema de arrecadação por conta da crise econômica. O ICMS incide sobre todos os medicamentos comercializados no Brasil.
O aumento da carga tributária pode forçar uma redução dos descontos oferecidos no varejo, especialmente porque a indústria farmacêutica também já está sendo impactada por outros custos, como a desvalorização do Real e o preço da energia. ?Se os descontos forem reduzidos e, por consequência, o preço do medicamento subir, há o risco de perder mercado. Por outro lado, o custo da indústria também está aumentando?, afirma Antônio Britto, presidente-executivo da Interfarma (Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa).
A maioria dos reajustes é de 1,2%, sendo que no Rio de Janeiro o imposto passou de 19% para 20%. Em todo o país, a carga tributária média passou de 33,9% para 34,2%.
Veja os estados e o reajuste de ICMS previsto para 2016:
Elaboração: Interfarma.
O desafio do acesso a medicamentos já é grande no país e, com o novo reajuste, se torna ainda maior. Segundo dados da associação, pelo menos 75% da população compra medicamentos com recursos próprios, sendo que cerca de metade desse montante não consegue custear todas as terapias que precisa, pelo tempo necessário.
?Com o envelhecimento da população, as doenças crônicas e complexas, como diabetes e câncer, estão se tornando mais frequentes. E isso aumenta o gasto com saúde?, aponta Britto.