Um levantamento divulgado nesta quinta-feira (15) pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) aumentou a pressão pela redução dos chamados planos de saúde coletivos empresariais, que hoje representam mais de 80% dos benefícios oferecidos no mercado.
De acordo com o órgão, os planos de saúde realizaram 1,3 bilhão de exames, consultas, terapias e procedimentos odontológicos em 2020, um número 17,2% menor que 2019. Ao mesmo tempo, o número de usuários só cresceu na pandemia e chegou a 48,1 milhões em abril deste ano – o maior número desde julho de 2016.
Além disso, na semana passada, a mesma ANS anunciou uma redução de 8,29% nos planos individuais com base justamente na redução na quantidade de procedimentos médicos na comparação entre 2019 e 2020. Embora o órgão reafirme a autonomia das empresas para negociarem os contratos com os consumidores, a Agência admitiu que aguarda um movimento de redução similar aos planos individuais. No entanto, o que se viu até agora é exatamente o contrário quando o assunto é o plano empresarial: entidades e até mesmo consumidores relatam aumentos positivos, ou seja, aumentos em torno de 16%.
Consulta puxou queda
Segundo a ANS, a queda no total de procedimentos foi puxada pelo número de consultas, que apresentou redução de 25%. Os dados sobre o atendimento prestado pelas operadoras de planos de saúde de assistência médico-hospitalar e odontológica no País estão disponíveis no painel dinâmico Mapa Assistencial 2020, ferramenta interativa da ANS.
“Os números do Mapa Assistencial revelam, de forma detalhada, a redução de uso do plano de saúde no ano em que a pandemia de Covid-19 alterou a rotina das pessoas, inclusive no que diz respeito aos cuidados com a saúde. Nota-se que por conta das medidas de isolamento e distanciamento social, grande parte dos procedimentos não urgentes deixaram de ser realizados”, aponta o diretor de Normas e Habilitação dos Produtos, Rogério Scarabel.
Covid-19
Este ano, pela primeira vez, a ANS destacou os procedimentos médicos relacionados ao tratamento da COVID-19.
De acordo com a Agência, houve um aumento gradativo na quantidade de exames para detecção do novo coronavírus no decorrer dos trimestres do ano de 2020. A pesquisa por RT-PCR, que foi incorporada ao Rol de coberturas obrigatórias em março de 2020, respondeu por 84,63% do total de exames para detecção do vírus. Já os testes sorológicos, incorporados em agosto de 2020, perfizeram 15,22% desse total. Outros exames de detecção de vírus respiratórios foram responsáveis por 0,14% do total.