A expressão acabar em pizza, infelizmente, acabou adquirindo uma conotação meio negativa ultimamente. Mas, a verdade é que, no Brasil, tudo acaba em pizza – e em um ótimo sentido. A redonda faz parte da cultura do brasileiro, especialmente do paulistano. Encontro com a família? Pizza. Reunião de amigos? Pizza. Ficar até tarde no trabalho (jornalistas que o digam!). Pizza.
Essa frequência com a qual come-se pizza por aqui faz tremer uma pessoa preocupada com a boa forma. Isso porque a redonda é conhecida como uma grande vilã da dieta. Fomos pesquisar, então, se é possível ser feliz e comer pizza ao mesmo tempo. E, adivinha? Dá, sim. Desde que não seja um exagero.
“Temos que pensar de uma maneira geral. Não dá para comer pizza todos os dias. Mas temos que entender que faz parte da cultura comer pizza, sair com os amigos. Saúde também é ter vida social”, afirma a nutricionista Liane Buchman. E ela sabe do que está falando. Além de formada em nutrição, ela também fez educação física e especialização em nutrição esportiva (pela USP). Como se não fosse suficiente, é triatleta e corredora. E, de vez em quando, come pizza!
No entanto, ela afirma que mais importante do que tudo é cuidar da frequência e da quantidade que se come. “Não precisa fazer dia do lixo e comer 4, 5 pizzas. Dá para fazer escolhas melhores que fiquem dentro da quantidade calórica que precisamos”, diz. Liane aponta que é possível escolher opções mais leves, e ainda fazer exercícios no dia que vai comer a pizza, de modo que nem é preciso sair da dieta.
Recheios como atum, frango desfiado (sem o catupiry, tá?), abrobrinha, berinjela ou a boa e velha rúcula com mussarela de búfala são boas opções. Frango com catupiry tem o dobro de calorias do que uma pizza de atum, por exemplo. Se ela faz a escolha certa e procura orientação nesse sentido. Uma dica é escolher a massa fina, o que já ajuda bastante, pois diminui a ingestão de carboidrato.
Algumas pizzarias já oferecem opções saudáveis no cardápio, com massas integrais ou com adição de Whey Protein à massa. “Em termos de caloria, é a mesma coisa. Mas escolher a massa integral agrega mais nutrientes, fibras, vitaminas e minerais, e tem mais saciedade. Quanto ao Whey, o consumidor precisa ficar atento aos outros ingredientes e ao recheio”, indica Liane.
Enfiei o pé na jaca, e agora?
Quem nunca passou da conta naquela pizza bastante gorda que atire a primeira pedra. No entanto, não adianta se desesperar. A dica da nutri é, no dia seguinte, fazer um planejamento de uma semana com mais exercícios e uma dieta alimentar mais leve, com mais saladas e frutas, menos carboidrato e menos gordura.
“As pessoas têm que pensar em saúde de maneira geral. É preciso ver a alimentação saudável como uma coisa natural. Para uma pessoa que fez exercício no dia, andou no parque ou andou de bike, pedir dois pedaços de pizza, não entendo isso nem como sair de uma vida saudável”, explica Liana, que diz não ser fã de radicalismo. “Comer pizza é muito gostoso e faz parte da nossa cultura. Hoje em dia, já temos opções bem legais. E vale tentar, no dia de comer pizza, fazer exercícios para aumentar o gasto energético”, conclui a nutricionista.