A celeridade e a segurança do Pix conquistaram o coração dos brasileiros; não é à toa que ele já ultrapassou os cartões de crédito e débito
Com quase 42 bilhões de transações, o Pix se consolidou, por mais um ano, como o meio de pagamento mais popular do Brasil.
Em 2023, houve um crescimento de 75% ante o ano anterior, revelando a eficiência e grande aceitação popular da ferramenta, que trouxe facilidade, praticidade e eficiência para os clientes em suas transações financeiras do dia a dia.
Na prática, as transações do Pix superaram todas as movimentações de cartão de crédito, débito, boleto, TED, DOC, cheques e TEC no Brasil. Juntas, essas transações totalizaram quase 39,4 bilhões.
Em termos de valores transacionais, o Pix, com a cifra de R$ 17,2 trilhões, só perde o para a TED, que somou R$ 40,6 trilhões, e ficou com o primeiro lugar. Os dados foram divulgados pelo Banco Central e pela Associação Brasileira das Empresas de Cartão de Crédito e Serviços (Abecs).
Pix x TED
Em comparação com os dados de 2022, o montante transacionado por meio de TED apresentou uma pequena redução de 0,2%, enquanto no Pix registrou um aumento significativo: subindo de R$ 10,9 trilhões para R$ 17,2 trilhões, o que representa um avanço de 58%.
Com início em 16 de novembro de 2020, o Pix superou as transações feitas com DOC logo em seu primeiro mês de funcionamento, tendo em vista que o DOC foi descontinuado pelo sistema financeiro em 29 de fevereiro. Em janeiro de 2021, o Pix já havia ultrapassado as transações realizadas por TED. No mês de março do mesmo ano, o Pix também superou o número de transações feitas com boletos. E no mês seguinte, em maio, o Pix ultrapassou a soma de todos eles.
De acordo com dados de janeiro de 2022, o Pix superou as operações de débito em volume, e em fevereiro, ultrapassou as transações com cartões de crédito.
Walter Faria, diretor-adjunto de Serviços da Febraban, destaca que o Pix tem sido fundamental para reduzir a dependência de dinheiro em espécie em transações comerciais e para promover a inclusão bancária, atraindo novos clientes para o sistema financeiro. Segundo o Banco Central, o Pix contribuiu para a inclusão de 71,5 milhões de usuários no sistema financeiro.
“Desde o seu lançamento, o Pix tem se mostrado uma importante oportunidade para o Brasil reduzir a necessidade do uso de dinheiro em espécie em transações comerciais. O meio de pagamento se tornou um importante impulsionador da bancarização no país, de fato, trazendo novos clientes para o sistema financeiro. Por isso suas operações continuam em ascensão e batem consecutivos recordes”, avalia Walter Faria, diretor-adjunto de Serviços da Febraban.
Inclusão no sistema financeiro
De acordo com o Banco Central, o Pix foi responsável por incluir 71,5 milhões de usuários no sistema financeiro.
O levantamento mostra que a população está usando o Pix como meio de pagamento de menor valor, como foi previsto à época do lançamento da ferramenta. Isso faz com que o número de transações aumente em um ritmo acelerado. Em síntese, são pagamentos rotineiros do dia a dia das pessoas. Seu tíquete médio no ano passado ficou em R$ 420,00.
Por vezes, para transações maiores, a predileção é pela TED, que demora até uma hora para ser compensada. Seu tíquete médio foi de R$ 46 mil em 2023.
Os prediletos
Logo depois do Pix, os meios de pagamentos preferidos dos brasileiros foram:
– Cartão de crédito (17,8 bilhões de transações);
– Cartão de débito (16,3 bilhões);
– Boleto bancário (4,2 bilhões);
– TED (892 milhões).
Já em valores transacionados, após TED e Pix, aparecem, em princípio, os boletos (R$ 5,7 trilhões). Em segundo lugar está o cartão de crédito (R$ 2,4 trilhões). E, em seguida, o cartão de débito (R$ 1 trilhão).
Boletos
O boleto bancário, um dos meios mais usados pelos brasileiros para pagamentos de contas de consumo no dia a dia, ganhará mais agilidade em seu processamento. Tudo porque, consoante a Febraban, a partir do próximo dia 15 de março, Dia Internacional dos Direitos do Consumidor, eles farão parte da liquidação interbancária da cobrança do documento no mesmo dia do pagamento. A saber, o prazo é conhecido como D+0. Outra parte continuará com sua liquidação ocorrendo no prazo D+1 (em um dia útil).
Ao todo, 136 bancos estão envolvidos nesse projeto de modernização.
Com a novidade, a depender do contrato com a instituição financeira, o fornecedor receberá o pagamento no mesmo dia, se o consumidor pagar pelo boleto até às 16h30.Se o consumidor fizer o pagamento após às 16h30, a liquidação ocorrerá no dia seguinte.
Em nota, a Febraban aponta que a mudança trará mais celeridade para as empresas, e irá beneficiar muito o comércio. No caso de e-commerce, por exemplo, a Federação Brasileira dos Bancos afirma que, certamente, o novo boleto trará vantagens para os consumidores. Entre elas, a agilidade se destaca, vez que os compradores, com seus pagamentos aprovados mais rápido, poderão receber suas mercadorias com bem mais celeridade.
Pix: 146.861.796 de usuários
De 1º de janeiro até 31 de outubro de 2023, o total de usuários pessoas físicas do Pix era de 146.861.796. No que diz respeito às empresas, o montante era de 14.462.733 pessoas jurídicas. Os dados são do Banco Central.
Em suma, a soma de pessoas físicas e jurídicas era de 161 milhões de usuários. Foram cadastradas 674.606.199 chaves Pix no mesmo período, sendo 100.276.776 de e-mails, 129.916.245 de celulares, 128.127.821 de CPFs, 11.314.801 de CNPJs e 304.970.556 chaves aleatórias.
Em 2022, o Pix se destacou como o meio de pagamento mais utilizado no país, com 24 bilhões de operações que totalizaram R$ 1,2 trilhão. No segundo trimestre de 2023, o serviço continuou evoluindo, registrando 9,4 bilhões de operações, seguido por transações com cartão de crédito (4,4 bi), cartão de débito (3,9 bi) e cartão pré-pago (2,4 bi).
Pix Automático
O Banco Central do Brasil está ajustando o Pix para incluir o Pix Automático, que tem previsão de funcionamento a partir desse ano.
A assessora sênior da Gerência de gestão e Operação do Pix, Mayara Yano, revela que a expectativa é que o Pix Automático esteja disponível para toda a população até o fim deste ano.
Desse modo, a principal novidade será sua a permissão de pagamentos recorrentes de forma automática, o que facilitará ainda mais a vida dos usuários. “A princípio, com uma autorização prévia, os usuários poderão ter pagamentos específicos debitados automaticamente todo mês. Por consequência, a tecnologia eliminará a necessidade de as pessoas se preocuparem com o pagamento da fatura, agendamentos ou autenticações em cada operação” explica ela, que atua na área de sistema de pagamentos do Banco Central há mais de 8 anos.
A implementação do Pix Automático marca mais uma etapa na revolução do mercado de pagamentos de varejo no Brasil.
O “Futuro do Dinheiro” será um dos temas do IA + CX, que tratará as últimas tendências da Inteligência Artificial e do Customer Experience. Com o objetivo de apresentar o futuro dos pagamento sob a ótica da IA, o evento certamente trará insights para profissionais e entusiastas da área.
O IA + CX será realizado na Casa Traffô, em São Paulo/SP. O evento está agendado para o dia 23 de abril de 2024. Saiba mais em: Programação – IA + CX – Inteligência Artificial + Customer Experience (consumidormoderno.com.br).