A plataforma de pagamentos PicPay comprou a fintech Guiabolso para acelerar sua operação de marketplace financeiro, já que o Guiabolso tem oferecido opções de crédito para as pessoas com base em dados compartilhados mesmo antes do Open Banking.
Com a união — de valor não divulgado —, o PicPay passa a contar com seus 55 milhões de usuários cadastrados e mais outros 6 milhões do Guiabolso.
A operação faz com que o PicPay adquira toda a expertise tecnológica de inteligência de dados e de execução do Open Banking, além do marketplace financeiro consolidado do Guiabolso que conta com mais de dez parceiros e nomes como Creditas, BV, Digio, Icatu e Órama.
O Guiabolso tem R$ 1 bilhão em crédito concedido por meio de parceiros na plataforma.
De acordo com José Antonio Batista, CEO do PicPay, a compra projeta a Pic Pay no Open Banking, acelerando também sua operação de marketplace financeiro, que já conta com cartão, crédito pessoal e empréstimo entre pessoas. “Com a compra, o PicPay aumenta seu leque de parceiros na distribuição de cartões, empréstimos, seguros e investimentos, com grande potencial de escala por meio da oferta desses produtos a seus mais de 55 milhões de usuários cadastrados.”
Para o fundador do Guiabolso, Thiago Alvarez, a aquisição reforça o propósito da inclusão financeira. “O Guiabolso e o PicPay são líderes da transformação pela qual o sistema financeiro vem passando e agora, juntos, vão dar mais um passo na missão de melhorar a relação das pessoas com o dinheiro e revolucionar o sistema financeiro brasileiro”, disse em nota. O executivo se torna diretor responsável por Open Banking. Além dele, outras cerca de 200 pessoas do Guiabolso, na maioria especialistas de tecnologia e dados, se juntam a 3 mil funcionários da PicPay.
Ainda em nota, a PicPay ressalta que nada muda para os usuários das partes. Os aplicativos tanto do PicPay quanto do Guiabolso continuam operando normalmente e de forma separada, mas em breve haverá novas funcionalidades.
Um passo à frente para a educação financeira
Estima-se que aproximadamente 10 milhões de pessoas abriram uma conta bancária no último ano no Brasil. Por outro lado, ainda existem ao menos 34 milhões de pessoas sem conta, o que significa a promessa de um grande contingente sem instrução para lidar com juros, cheque especial, poupança e endividamento e superendividamento, por exemplo. Isso sem falar naqueles que têm conta, mas carecem de uma educação financeira.
Por isso, recentemente, o Governo Federal sancionou recentemente a Lei 14.181, popularmente reconhecida como Lei do Superendividamento, que destina um tratamento especial sobre educação financeira dentro do Código de Defesa do Consumidor aos superendividados — cujas dívidas já prejudicam a sobrevivência do indivíduo.
Entre as demandas da nova lei está a obrigatoriedade de incluir a educação para finanças como responsabilidade das instituições. Assim, a compra do Guiabolso se configura também como uma visão estratégica para o futuro, visto que o aplicativo trabalha a educação financeira de uma forma bem simplificada e personalizada.
Em maio, um estudo detalhado do Distrito apontou que a alfabetização financeira como missão do ecossistema fintech é de alta prioridade para um futuro próspero no Brasil. Dando uma visão mais concreta sobre suporte à educação financeira, o estudo sugere que fintechs como a PicPay precisam ficar atentas a formas simples de visualização de investimentos em seus apps, trazendo também ferramentas amigáveis de controle de gastos e ajudando o usuário com metas financeiras e iniciativas de educação e conteúdo. A atenção também cabe a plataformas e tutoriais práticos elaborados de acordo com o perfil e necessidade do consumidor.
Frente a isso, é possível dizer que o PicPay está fazendo seu dever de casa e a compra do Guiabolso é apenas o início da estratégia da empresa para uma entrada mais incisiva (e juridicamente legal) na concessão de empréstimos.
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