O PIB do comércio caiu 6,6% no primeiro semestre deste ano, conforme divulgou hoje (28) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Os dados do segundo trimestre mostram recuo de 7,2%, na comparação com o mesmo trimestre de 2014 – segundo a CNC (Confederação Nacional do Comércio), este resultado é o pior desde o segundo trimestre de 1992, quando o recuo foi de 8,5%.
Na comparação com o primeiro trimestre deste ano, a queda foi de 3,3% – o resultado mais baixo desde 2009, calcula a Confederação.
Os dados do IBGE mostram uma deterioração da atividade do comércio trimestre a trimestre. O segundo trimestre de 2014 mostrou recuo de 2,7%, seguido por recuperação no trimestre seguinte pós-Copa do Mundo (+0,3%).
O Natal não foi o suficiente para manter aconfiança do consumidor, que gastou menos, e fez o setor registrar queda de 1% no PIB nos últimos três meses de 2014. O início do ano tampouco trouxe alento e seguiu com quedas: de 3% no primeiro trimestre e 3,3% agora.
Os recuos são resultado do consumo das famílias em frequente retração. O componente, que representa quase 60% do PIB, caiu 2,7% na comparação com o mesmo trimestre do ano passado e recuou 2,1% frente aos primeiros três meses do ano – quedas maiores do que a do PIB Nacional, que fechou o trimestre com retração de 1,9%.
Segundo o IBGE, o resultado pode ser explicado pela deterioração dos indicadores de inflação, juros, crédito, emprego e renda ao longo do período.
Do total de R$ 1,42 bilhões de riquezas acumuladas pelo País no período, o consumo das famílias representou R$ 896 bilhões.
Com esses resultados, o futuro de curto prazo não é bom para o varejo. A CNC revisou para baixo as expectativas para o desempenho do comércio e do consumo das famílias no PIB de 2015 – de queda de 7,4% e 2,7%, respectivamente.
Segundo Alencar Burti, presidente da ACSP e da Facesp (Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo), o setor produtivo não aguenta mais encargos, o que apenas aprofundaria a recessão. ?A roda da economia está girando para trás e deixando o país de ponta cabeça. O consumidor não tem a opção de aumentar sua renda, como o governo faz ao criar impostos. Ele está se adaptando à nova realidade, trocando marcas e reduzindo despesas. E o governo deveria fazer o mesmo. Os brasileiros esperam que o governo cumpra o seu dever e busque uma solução?, disse, em nota.
Ele afirmou que a “espera-se que o governo não caia na tentação de recriar impostos velhos ou inventar novos tributos e faça o ajuste pelo lado do controle de gastos?.
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