Coordenadora da pós-graduação de Fashion Marketing do Instituto Europeu de Design (IED) de São Paulo, Maria José Orione, abriu os trabalhos do último painel do Modacamp, evento realizado nesta quarta e quinta (3 e 4) lembrando que a Industria da moda é o segundo maior empregador do Pais, ficando só atrás da construção civil e o maior empregador de mulheres.
Responsável pela pesquisa tendência, comportamento de consumo e direção de estilo para os mercados America Latina, EUA e Europa na Tavex, Sueli Pereira explica que as coleções da marca servem para todos os mercados e estão saindo cada vez mais adiantadas.
Em maio desse ano, a companhia lançou sua coleção do outono/inverno 2015-2016: a Archiac: “O poder do silêncio em contato com a natureza é um antídoto para a vida moderna. Tempo para refletir, retornar às nossas raízes. Resgatando matérias brutas e primordiais”.
Para chegar a esse resultado, a marca investiu em intenso trabalho de pesquisa focado nas origens da humanidade e usou tecidos que remontam à essa época e representam os elementos da Natureza, buscando seu estado mais puro. Todo o material é lançado concomitantemente no Brasil, Paris, Barcelona, Amsterdã e Nova York, uma estratégia recorrente em varejistas globalizadas como a Tavex, que nasceu da fusão entre Tavex (Espanha, 1846) e a Santista Têxtil (Brasil, 1929) em 2006.
A empresa detêm 15% do mercado da Europa e 4% de todo o mundo. Seu mix de produtos com a fabricação de tecido representa 45% do mercado latino-americano total. ?Antes da primeira calça Levi?s existir, a Tavex já existia?, comenta Sueli. A empresa faz pesquisas sistemáticas sobre o mercado da moda e mantêm um banco de dados que serve como referência para a transformação de tendências e produtos.
?Antigamente fazíamos essa pesquisa minuciosa e não divulgávamos. Até que um dia um dono de uma malharia muito famosa no mercado me perguntou: ?de onde vocês tiram essas tendências? Vocês inventam??. A partir daí passamos a também divulgar nossas pesquisas?, diz.
Quem também passa muito tempo trabalhando em pesquisas para a marca é a gestora da Fundação Hermann Hering, Amélia Malheiros. Desde 2010, os museus ajudam a contar os 135 anos de história da Hering, trazendo à tona momentos importantes e curiosidades de sua trajetória que podem servir para fidelizar o cliente e inspirar novos empreendedores.
?Para se tornar amada, a marca tem que se preocupar com as pessoas?, defende Amélia. Os peixinhos na logomarca, por exemplo, representam os dois irmãos fundadores. Hering, em português, quer dizer arenque, que é um peixe similar à sardinha.
A Hering é admirada por ter saído de uma indústria pura, passando para o segmento de varejo e conseguindo ser bem sucedida.
Hoje a companhia tem uma produção híbrida, mesclando a fabricação própria e terceirizada de roupas. É referência em como comercializa suas peças e escolhe seus pontos de loja. ?Tenho clientes varejistas que escolhem onde colocar suas lojas a partir da observação de onde a loja da Hering está?, comenta.
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