A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), apurada mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), mostra que, apesar de o número de famílias com dívidas ter recuado em fevereiro, a taxa aumentou na comparação anual. O percentual atingiu 60,8% este mês ? inferior aos 61,6% observados em janeiro, porém superior aos 57,8% registrados no mesmo período do ano passado.
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O número de famílias com contas ou dívidas em atraso, assim como das que permanecerão inadimplentes, teve o mesmo comportamento: recuo na comparação mensal, porém aumento em relação a fevereiro de 2015. O percentual de famílias com dívidas ou contas em atraso registrou 23,3% do total, em comparação com 23,7% em janeiro e 17,5% no mesmo período do ano passado. O índice de famílias que permaneceriam inadimplentes atingiu 8,6% em fevereiro de 2016, ante 9,0% em janeiro e 6,4% em fevereiro de 2015.
?As taxas de juros mais elevadas e o cenário menos favorável do mercado de trabalho impactaram negativamente os indicadores em relação ao ano passado no que diz respeito à inadimplência e à percepção das famílias em relação à sua capacidade de pagamento?, avaliou em nota Marianne Hanson, economista da CNC.
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A proporção das famílias que se declararam muito endividadas aumentou de 13,6% para 13,8% entre janeiro e fevereiro. Na comparação anual, houve alta de 4,1 pontos percentuais.
Renda comprometida com o pagamento de dívidas
O estudo aponta, ainda, que 25,4% das famílias com dívidas têm mais da metade de sua renda mensal comprometida com o pagamento de dívidas. Entre aquelas com contas ou dívidas em atraso, o tempo médio de atraso foi de 64,3 dias em fevereiro ? acima dos 60,5 dias registrados no ano passado. O tempo médio de comprometimento com dívidas foi de 7,1 meses, sendo que 26,2% estão comprometidas com dívidas até três meses, e 34,0%, por mais de um ano.
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