Superendividado é um consumidor que possui uma dívida tão elevada que compromete a própria subsistência, caso do pagamento de contas básicas como alimentação e moradia.
Para combater esse problema que atinge aproximadamente 30 milhões de pessoas no Brasil, o Congresso Nacional aprovou a lei do superendividamento, que agora depende da sanção presidencial para se tornar lei no País.
Uma das novidades da lei é a proibição do uso de palavras como “sem juros”, “gratuito”, “sem acréscimo”, “taxa zero” na oferta de crédito. Além disso, foi criado a figura de um plano de falência do consumidor, algo muito parecido que é aplicado em empresas.
O ideal é não depender da lei para melhorar a saúde financeira. E, para isso, separamos algumas dicas do Banco Central do Brasil para deixarmos as contas de casa em dia.
Atacando o problema
O primeiro passo é arrumar a casa. Para tanto, veja o que é preciso ficar atento nas contas do lar.
- Envolva a família na discussão sobre o orçamento familiar.
- Reduza os supérfluos (aquilo que você deseja, mas não é essencial e necessário).
- Elimine o desperdício e os gastos inúteis, como comprar coisas que não usa, jogar comida fora, pagar multas e juros de contas com atraso, entre outros.
- Priorize os gastos e defina o que é essencial, o que é desejável e o que é gasto inútil.
Empréstimo (se necessário)
Se for fazer um empréstimo para colocar as contas em dia, eis alguns pontos que os consumidores devem observar.
- Tenha cuidado com as ofertas de crédito “fácil”. Lembre-se de que não existe “dinheiro de graça”.
- Evite financiamentos ou empréstimos muito longos, a menos que sejam estritamente necessários. Normalmente, quanto maior o prazo, mais juros você pagará, além de comprometer sua renda com as parcelas por longo período.
- Quando contratar empréstimo ou financiamento, verifique o Custo Efetivo Total (CET) e compare com o de outras instituições. Quanto menor o CET, mais barato o empréstimo e melhor para você. Solicite uma planilha com as prestações e verifique se elas cabem em seu orçamento, considerando ainda todas as suas outras despesas.
Mantendo as contas em dia
Agora, é preciso fazer o trabalho de manutenção das suas contas. Vamos a elas.
- Reserve parte de sua renda para imprevistos (ninguém está a salvo deles).
- Cultive o hábito de poupar (guarde todo mês uma parte da sua renda, regularmente).
- Controle o seu orçamento, anotando gastos e receitas diariamente.
- Tome cuidado com armadilhas do tipo “compre agora e pague depois do carnaval”. Pode ser que, quando todas as contas chegarem, você não tenha como pagá-las.
- Reserve parte do 13º salário para ajudar nas despesas sazonais, aquelas que acontecem em determinada época do ano. Lembre-se de que as despesas com material escolar, IPTU, IPVA e férias podem desequilibrar o seu orçamento.
- Use o cartão de crédito de forma consciente, não extrapole sua capacidade de pagamento. Busque pagar sua fatura sempre integralmente. Rolar a dívida do cartão de evitar crédito, pagando o mínimo, ou mesmo não pagando a fatura, é um procedimento que deve ser evitado a todo custo.
- Pague as contas em dia. Atrasos no pagamento levam a juros e multas.
- Cheque especial não é salário. Na verdade, o cheque especial é um crédito pré-aprovado pelo qual o banco cobrará juros. Evite o seu uso e, se o fizer, faça com muita cautela.
- Evite contar com ganhos ainda não confirmados. Espere até o dinheiro entrar em sua conta antes de começar a gastá-lo.
- Não assuma dívidas em benefício de terceiros, não empreste seu cartão de crédito ou seu nome.
- Não forneça seus dados por telefone, pois pode ser golpe.
- Ao comprar pela internet, verifique se a empresa é idônea e se o sítio, o computador que você está utilizando e a conexão com a internet são seguros.
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