Em movimento significativo para promover a diversidade e inclusão, empresas têm avançado na criação de um ambiente mais acessível e acolhedor para todas as comunidades. Uma colaboração recente que destaca esses esforços é a parceria da Globo com o ICOM, principal plataforma de tradução simultânea de Libras do mercado, voltada especialmente para a inclusão da comunidade surda. Essa aliança reforça a importância e os desafios enfrentados na implementação de projetos de acessibilidade. Desde a adaptação de produtos digitais até a inserção da Língua Brasileira de Sinais em serviços de atendimento.
“Essa parceria surgiu a partir de um movimento importante de diversidade e inclusão da Globo, em todos os seus aspectos, que é uma das pautas mais relevantes, a partir do papel que temos na sociedade brasileira”, destaca Rodolfo Bastos, diretor de Soluções para o Consumidor e Inteligência da Globo. “Como forma de evoluirmos nesse caminho, entendemos que devemos levar o assunto não só em políticas internas ou nos nossos conteúdos, mas também no olhar da acessibilidade de nossos produtos e plataformas. O ICOM surgiu, nesse contexto, como um parceiro importante para acelerarmos esse objetivo no atendimento à comunidade surda que deseja ter acesso aos produtos digitais da Globo”.
Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 5% da população brasileira possui alguma forma de deficiência auditiva, o que equivale a mais de 10 milhões de pessoas. Dentre elas, aproximadamente 2,7 milhões são totalmente surdas, ou seja, não possuem nenhuma capacidade auditiva. Já a OMS (Organização Mundial da Saúde) estima que até 2050, aproximadamente 2,5 bilhões de pessoas no mundo – o equivalente a uma em cada quatro – terão algum grau de perda auditiva.
“Havíamos, recentemente, feito um movimento importante com as pessoas com deficiências visuais, inclusive impulsionados pela novela Todas as Flores, e entendemos que precisávamos expandir para outras comunidades de pessoas com deficiência, que é uma das pautas prioritárias no avanço da Globo do ponto de vista de inclusão”, reforça o executivo da Globo.
“Com acessibilidade e uso correto de tecnologia assistivas, conseguimos minimizar as limitações e maximizar as habilidades das pessoas com deficiência”, acrescenta Cid Torquato, CEO do ICOM. “Com esses recursos, conseguimos promover o protagonismo da pessoa com deficiência de forma equânime com os demais. É assim que promovemos a inclusão. É fundamental que a sociedade veja as pessoas com deficiência como iguais, com direitos e deveres como qualquer outro cidadão”.
Desafios ao implementar projetos de acessibilidade
Segundo Rodolfo Bastos, implementar o atendimento em Libras para os consumidores da Globo foi uma jornada emocionante e cheia de aprendizado. O principal desafio foi encontrar o formato ideal para oferecer uma experiência incrível ao consumidor. Nesse cenário, houve uma dedicação da equipe para avaliar diversas soluções tecnológicas do mercado, tendo o fator humano como uma premissa.
“Foi inspirador ver o empenho de todos durante todas as etapas e ajustes técnicos necessários. Trabalhamos juntos sob um cronograma apertado, mas o conhecimento do nosso parceiro ICOM, a colaboração e o feedback constante de todos tornaram o processo muito gratificante. Sensibilizar e capacitar a equipe foi um passo fundamental, e todos abraçaram a missão com muito entusiasmo”, comenta.
Diversidade e inclusão como pauta
O tema da diversidade e da inclusão é um dos pilares nas estratégias ESG das empresas. Dentro da Globo, essa pauta foi vista como um compromisso quando a emissora entendeu não ser possível falar de desenvolvimento das sociedades e do papel das empresas nesse processo sem incluir todos os públicos.
“O resultado foi um projeto sustentável, que não só melhorou o atendimento, mas também reforçou nosso compromisso ESG com a inclusão. Cada vitória, cada melhoria, foi comemorada por todos, reforçando o espírito de equipe e a satisfação de proporcionar um serviço de alta qualidade para todos os nossos consumidores”, acrescenta.
Ainda segundo o executivo, sem realmente colocar todas as pessoas com suas diversidades no centro da conversa, não é possível ter a real visão da sociedade como um todo. Em um cenário em que a comunidade de pessoas surdas e com deficiência auditiva representa 5% da população brasileira, é necessário incluir essa parcela. Ao mesmo tempo, a companhia reconhece ser um trabalho em construção e tem caminhado de forma consistente, com uma jornada a ser cumprida.
“Temos trabalhado muito nessa questão. A Globo cumpre todas as determinações da lei na acessibilidade dos conteúdos, às vezes até mais. Por exemplo, a lei na TV aberta pede 10 horas semanais de audiodescrição e nós temos 20 horas. O mesmo acontece com o closed caption, em que oferecemos integralmente na TV aberta. Também oferecemos interpretação em Libras em todos os debates políticos”, frisa.
“Atualmente, o aplicativo do Globoplay já é adaptado com leitor de tela para pessoas com deficiência visual em todas as plataformas (IOS e Android). Seguimos trabalhando para aumentar a porcentagem de audiodescrição no nosso conteúdo e estudando diversas maneiras para que a Inteligência Artificial + Tv 3.0 viabilizem acessibilidade total aos nossos conteúdos. Temos equipes inteiras dedicadas a isso”, finaliza.
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