A queda, no entanto, não deve prejudicar os agricultores brasileiros porque os investimentos em produtividade compensarão as perdas. A projeção foi divulgada na capital paulista, e leva em consideração estimativas sobre o crescimento da produção e a tendência do aumento na produtividade agrícola.
O chefe da divisão de comércio Agroalimentar e Mercados da OECD, Jonathan Brooks, estima que os preços dos alimentos no mundo devem cair para patamares superiores ao de períodos anteriores a 2008, quando houve forte expansão em razão da crise mundial. ?Mas, no início da década dos anos 2000, os preços estavam muito abaixo da tendência. Acreditamos que [a projeção] vai cair [no futuro], mas não a esses níveis de 2000?, declarou.
Segundo Brooks, o consumo dos alimentos de primeira necessidade em países emergentes vem apresentando crescimento fraco de demanda. ?Vemos demanda maior de proteína nos países em desenvolvimento, por isso temos aumento no preço de carnes e lacticínios. Os grãos e as oleaginosas tiveram aumento maior em relação aos preços dos alimentos básicos?, disse.
As perspectivas para a agricultura são positivas para o Brasil, segundo Brooks, pois o país enxergará mais oportunidades movidas pelo crescimento da produtividade, embora não tão grandes quanto as observadas nos últimos dez anos. ?A produtividade da carne e cereais vai aumentar no Brasil. A produção de biocombustíveis também tem crescido substancialmente?, disse.
Segundo o estudo, a projeção para a área das principais safras no país indica crescimento de 20% até 2024, chegando a 69,4 milhões de hectares, com crescimento anual de 1,5%. A estimativa leva em conta o uso da terra para oleaginosas, grãos brutos, arroz, trigo, cana de açúcar e algodão.
As oleaginosas, especialmente a soja, continuarão a predominar no uso da terra no país, respondendo por quase metade da área de colheita em 2024. Atualmente, o Brasil é o segundo maior produtor de soja no mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos. O relatório da FGV aponta que o Brasil tem o maior potencial para expandir ainda mais a produção, entre todos os países produtores.
* Com informações da Agência Brasil
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