Faltando pouco mais de seis meses para as Olimpíadas de Tóquio 2020, o Japão vem anunciando, pouco a pouco, que dará continuidade ao conceito de sustentabilidade desenvolvido nos jogos Rio 2016.
Mundialmente conhecido por inovação em tecnologia e alta conectividade, o país nipônico está vindo para mostrar que pode fazer muito com essas ferramentas pela sustentabilidade e deixar um legado de bons exemplos para as futuras edições dos jogos olímpicos.
Até agora, foram diversas iniciativas que tangem a questão ambiental, de carros elétricos às camas dos atletas que serão feitas de papelão reciclado.
Confira abaixo a lista da Consumidor Moderno com os detalhes dessas novidades:
Veículos elétricos e autônomos
A Toyota, patrocinadora oficial do evento, anunciou ainda em 2019 que vai utilizar uma frota de veículos elétricos autônomos para transporte de passageiros durante as Olimpíadas.
O APM, como foi batizado tem capacidade para levar até cinco pessoas ao mesmo tempo, anda até 20 km/h e com uma única carga de bateria consegue rodar até 100 quilômetros.
Para o evento esportivo serão produzidos 200 modelos do carro com o intuito de facilitar a logística de transporte entre as diferentes arenas – uma espécie de complementação de trechos de viagens. O veículo também será utilizado para transportar pessoas com dificuldade de locomoção como gestante e idosos.
Camas feitas de papelão
As camas dos alojamentos onde os atletas ficarão hospedados durante todo o período dos jogos serão feitas com papelão pela empresa especializada em colchões Airweave.
Ao todo, serão 18 mil leitos fabricados com material reciclado fortalecido com trechos em madeira. A estrutura pode aguentar até 200 quilos.
Além da cama, os colchões serão produzidos a partir da reciclagem de componentes plásticos. Serão diferentes modelos que poderão ser escolhidos individualmente pelos atletas.
Tochas e medalhas
Pouca gente talvez saiba que a parte superior da tocha olímpica utiliza a mesma tecnologia empregada para produzir trens-bala. Ela é revestida em ouro rosa e as cinco pétalas desenhadas na ponta fazem referência aos anéis olímpicos.
O destaque sustentável e cheio de simbolismos deve-se ao fato de ter sido feita com resíduos de alumínio recuperados de habitações temporárias construídas para as vítimas do tsunami de 2011
O designer Tokujin Yoshioka, responsável pela criação da tocha, revelou que o design final da flor de cerejeira foi inspirado em desenhos criados por crianças na área atingida no desastre de Fukushima.
Como manda a tradição, elas serão produzidas em bronze, prata e ouro, mas com uma pequena diferença: esses materiais serão provenientes de aparelhos eletrônicos reciclados.
Entre 2017 e 2019, o Japão recolheu 79 mil toneladas de aparelhos eletrônicos usados (celulares, notebooks, câmeras digitais e videogames, entre outros). Todos os aparelhos foram doados pela população e reunidos em pontos de coleta disponibilizados pelas prefeituras.
Os eletrônicos passaram por um processo de classificação e desmonte para que os materiais desejados fossem extraídos. No total, o projeto arrecadou 32 quilos de ouro, 3500 quilos de prata e 2200 quilos de cobre e estanho (a matéria prima do bronze).
Pódios feitos de plástico reciclado
Os pódios serão feitos de plástico reciclado. Os organizadores do evento vão coletar cerca de 45 toneladas de plástico de casas locais e dos oceanos para fabricar 100 plataformas que servirão para receber os medalhistas durante a competição.
As caixas de coleta serão colocadas em mais de 2 mil pontos da rede de supermercados AEON. Lá, os japoneses poderão deixar a quantidade de plástico que quiserem para contribuir com o projeto. Depois a Procter & Gamble, uma das patrocinadoras do evento, transformará o material coletado nos pódios.
De acordo com a ONU, o Japão gera mais resíduos plásticos per capita que qualquer outro país do mundo, com exceção dos Estados Unidos.
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