Imagine entrar em uma loja em uma semana, ver uma série de produtos relacionados a um tema e, na outra semana, a mesma loja está completamente diferente, com outro tema, outros produtos, outras vitrines. Assim é a This is Story, loja aberta em 2000 em Nova York e que vive mudando ? não de acordo com estações e datas comemorativas, mas de acordo com uma história.
Contar histórias já têm se tornado estratégia do varejo, mas estas histórias, em grande parte, têm sido contadas por meio dos produtos, propagandas em vídeo e nas redes sociais. Mas é no ponto de venda que essas histórias se concretizam.
Isso é o que faz a This is Story. A marca muda todo o cenário da loja a cada quatro ou oito semanas. Segundo a própria marca, ela se apresenta como uma revista, muda como uma galeria e vende como uma loja. Ela se reinventa completamente, do merchandising ao design, ao piso e luzes.
?A ideia foi criar um conceito de varejo que poderia servir como combinação entre marcas e consumidores, integrando estratégias de marketing, merchandising e desenvolvimento de negócios?, diz a companhia. A loja contou histórias sobre amor, Nova York, cores, arte, saúde e tantos outros temas. Puro storytelling.
Entre as marcas brasileiras, quem faz história é a Casa Bauducco. A loja faz o consumidor sentir-se como parte da família Bauducco. Nas paredes, a história da marca. Nos detalhes, lembranças daquelas que mãe coloca na porta da geladeira, como ?um panetone quentinho com café?.
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As luzes mais baixas e as cores amadeiradas remetem bem à sensação de aconchego. Ou seja, mesmo no ponto de venda, a marca consegue inserir o consumidor na história e torná-lo não a visita, mas o dono da casa. ?A história transcende e é importante contá-la, mas ela tem de ser interessante para o cliente e quando isso acontece, a marca cria uma alavanca de engajamento contínuo?, afirma o Tenny Pinheiro, sócio da Livework Brasil.
A marca do Grupo Boticário, quem disse, berenice?, também consegue contar uma história no ponto de venda. E também coloca o consumidor como protagonista. Tudo leva a cliente a se sentir em um ambiente descolado com amigas. As cores fortes, os rostos de diferentes etnias, as luzes mais abertas e a ausência de vitrines convida o consumidor a entrar, experimentar e se sentir à vontade.
Confira na edição 38 da revista NOVAREJO reportagem sobre storytelling aplicada ao varejo. E entenda como empresas como O Boticário, Pão de Açúcar, Imaginarium e Pandora trabalham a trama em suas marcas. Mais: como aplicar storytelling aos negócios, segundo o especialista no assunto, o roteirista hollywoodiano Robert McKee.
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