Na era da informação em tempo real e do conhecimento à disposição de todos, a competição entre as pessoas e empresas exige um olhar mais cuidadoso e ágil.
Nesse contexto, a ética passa a ser um componente valioso, verdadeiro diferencial qualitativo de quem quer ser enxergado como alguém que valoriza o que é bom – e não apenas para si, mas também para os outros ou mesmo para a sociedade. É necessário desenvolver uma visão da empresa que valoriza princípios, que busca a felicidade de seus parceiros, colaboradores e consumidores.
Mais do que nunca precisamos ser marcados pelo que transmitimos aos outros, não só pelo que produzimos ou oferecemos a partir do nosso conhecimento. Hoje, não há mais espaço garantido no mercado para quem vende um produto ou serviço que não estejam agregados à oferta de valores como a felicidade, a tranquilidade, o prazer e a liberdade.
Por que a felicidade? Porque em cada produto ou serviço que adquirimos existe a felicidade da conquista que se materializa a partir do desejo, da satisfação da necessidade. Esse sentimento não pode ser violado ou mesmo apagado pelo transtorno de um contrato não cumprido, por causa de uma entrega atrasada ou mesmo de uma cobrança indevida.
Por que a tranquilidade? Porque a empresa deve ser transparente e ter a confiança do consumidor para que, ao exercer a sua liberdade de escolha por determinado parceiro contratual, ficará absolutamente tranquilo de que suas necessidades, desejos e objetivos serão correspondidos. É o oposto da frustração, que ninguém deseja. Além disso, a tranquilidade está estritamente ligada à liberdade, e no mercado atual as oportunidades são imensas.
Assim, segurança e confiabilidade são elementos de venda que levam à felicidade. As empresas que puderem equilibrar suas relações, incorporando esses valores às suas campanhas e ao relacionamento direto com os clientes, alcançarão resultados positivos.
Em outras palavras, não basta pensar ou apresentar um código de ética, mas é necessário imprimir elos que aproximem pessoas que acreditam nos mesmos valores. Ninguém quer ser marcado por más práticas ou pela falta de transparência não tolerada pelo consumidor e completamente inadmitida pelas novas gerações. Tais práticas não tomarão lugar na nossa sociedade. Não há mais como aceitar passivamente esse desrespeito pela dignidade do cidadão e do consumidor.
Os valores e virtudes foram enaltecidos para a sobrevivência das pessoas, das empresas e do país. É preciso dar um basta na cultura de uma comunicação perigosa e incoerente, cujas faltas são permitidas, a corrupção é aceita e a vantagem por demérito seja uma prática natural.
Incorporar esses novos valores pode impactar diretamente e positivamente na imagem da empresa e sua participação no mercado, atuando indiretamente como fator motivacional interno, aumentando seu valor e maximizando riqueza.
*Laurady Figueiredo é advogada e professora de direito em universidades e cursos preparatórios para a OAB.